Soja volta a recuar em Chicago nesta 3ª e pressiona preços no interior e portos do Brasil

Publicado em 26/06/2018 17:41

Os preços da soja fecharam o pregão desta terça-feira (26) em baixa. O mercado trabalhou durante quase todo o pregão com estabilidade, porém, no final da tarde ampliou suas baixas e terminou o dia com perdas de pouco mais de 7 pontos entre os principais vencimentos, o que levou o julho/18 a perder agora o patamar dos US$ 8,70 por bushel, ficando em US$ 8,67. Na mínima do dia, a posição bateu em US$ 8,62. 

Como explicou o economista e analista de mercado Camilo Motter, da Granoeste Corretora de Cereais, o sentimento de que, com a intensificação da disputa comercial entre China e Estados Unidos, a demanda chinesa pela soja americana está de fato menor se reforça e continua pesando severamente sobre as cotações na CBOT. 

"Em termos de mercado, isso tem uma implicação muito forte e, nos últimos dias, sentimos isso mais forte (no Brasil). Na medida em que os preços foram caindo, os prêmios voltaram a subir (nos portos brasileiros), mas nessas últimas sessões os prêmios não compensaram todas as baixas de Chicago", explica Motter.

Dado isso, e essa pressão mais forte das baixas de Chicago, os preços da soja no mercado brasileiro voltaram a recuar em partes do interior do país. Em praças da região Sul do Brasil, as perdas foram de 0,60% a 0,72%, com as referências buscando se manter acima dos R$ 70,00 por saca. Em contrapartida, algumas praças como São Gabriel do Oeste, em Mato Grosso do Sul, o preço subiu mais de 3% para chegar aos R$ 67,00. 

Nos portos, mais um dia de pouca movimentação, mesmo com a alta do dólar, que voltou a se aproximar dos R$ 3,80 nesta terça-feira. Em Paranaguá, a soja disponível caiu 1,19% para R$ 83,00 por saca e a referência março/19 ficou em R$ 80,00. No terminal de Rio Grande, R$ 83,50 no disponível e R$ 84,50 na referência julho/18, com perdas respectivas de 0,60% e 0,35%. 

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Ainda segundo o analista, na atual circunstância de preços e de entraves logísticos, o momento é para o produtor manter-se mais retraído, evitando novos negócios. "O produtor deve ficar tranquilo, porque já participou bastante, agora o melhor é mesmo que aguarde. Devemos aguardar o mercado climático nos EUA", orienta.

Clima nos EUA

Quase todo o Meio-Oeste americano conta com boas condições e um desenvolvimento satisfatório das lavouras 2018/19. De acordo com o reporte de acompanhamento de safras trazido pelo USDA no fim da tarde de ontem, são 73% dos campos de soja em boas ou excelentes condições. Há ainda 95% das lavouras em fase de germinação e 12% em fase de florescimento. 

"O fim de semana aqui no Cinturão Agrícola americano trouxe chuvas amplamente dispersas e, em algumas localidades, com totais pluviométricos expressivos. No atual momento, os níveis de umidade do solo da região são adequados para proporcionar o bom desenvolvimento vegetal", diz o boletim diário da AgResource Mercosul.

E para os próximos dias, as previsões continuam mostrando que as chuvas seguirão chegando em bons volumes e abrangência para manter, até este momento, a sanidade das lavouras norte-americanas.  

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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