Soja: Mercado amplia perdas e recua mais de 2% na CBOT nesta 5ª de olho no clima nos EUA

Publicado em 07/06/2018 11:21


Ao longo do pregão desta quinta-feira (7), os futuros da soja ampliaram as perdas na Bolsa de Chicago (CBOT). Por volta das 15h09 (horário de Brasília), as principais posições da commodity exibiam quedas de mais de 17 pontos, com o vencimento julho/18 a US$ 9,76 por bushel e desvalorização de mais de 2%. O agosto/18 era cotado a US$ 9,81 por bushel e o novembro/18 operava a US$ 9,96 por bushel.

Seguem pesando sobre as cotações a falta de acordo entre China e Estados Unidos em torno de suas disputas comerciais, porém, o mercado internacional ainda carece de informações mais concretas que possam direcionar os traders. 

"A falta de uma tendência específica para os preços de curto e médio prazo será mantida até com que está "Guerra Comercial" chegue ao fim, ou que haja a exaustão especulativa deste tema, explicam os analistas da AgResource Mercosul (ARC).

Além das questões comerciais, o bom quadro climático no Meio-Oeste americano também pesam sobre as cotações. O começo da nova temporada dos EUA é um dos melhores dos últimos anos, com índices recordes de avanço de plantio e lavouras em boas ou excelentes condições. Ademais, nenhuma severa ameaça é esperada, segundo as últimas previsões, para os próximos 15 dias no Corn Belt. 

"Gestores de fundos especuladores revertem parte de suas posições compradas na aversão ao risco, uma vez que os mapas climáticos para os Estados Unidos são favoráveis", diz a ARC.

Nesse momento, porém, o que traz alguma preocupação para os traders é o aumento de temperaturas previsto para boa parte do cinturão, com os níveis podendo ficar acima da média em importantes regiões produtoras. Apesar disso, no estágio em que estão as plantações neste momento, esse calor um pouco mais intenso não deverá trazer grandes prejuízos, já que as chuvas esperadas também são boas e adequadas para manter a saúde das lavouras. 

"Apesar da concentração ao norte dos totais pluviométricos mais pesados, ainda sim as demais áreas
sojicultoras serão regadas num raio de 25-50mm acumulados para os próximos 10 dias. O fator temperatura acelera o processo de evapotrans- piração do sistema solo e planta, no entanto, desde que a umidade do solo se mantenha em níveis adequados, o calor não será um problema", informa a AgResource.

Mercado Brasileiro

No Brasil, a semana continua caminhando com o mercado interno travado diante das incertezas geradas pelo tabelamento dos fretes. O carregamento tornou-se inviável diante dos valores trazidos pela tabela da ANTT (Agência Nacional dos Transportes Terrestres) e, como relata o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, a maioria dos caminhões está parada. 

O que traz suporte à formação dos preços da soja brasileira continua sendo o dólar. Nesta quinta, a moeda americana sobe mais de 1,35, por volta de 11h30 (Brasília), sendo cotada a R$ 3,89. O foco segue mantido na complexa situação política e econômica do Brasil. 

A corrida para o dólar e a fuga do mercado acionário - o Ibovespa tem novo dia de baixas intensas - se dá com o agravamento do cenário de risco no país, que conta com a economia enfraquecida, as incertezas que rondam o cenário eleitoral, além dos problemas fiscais. 

Dessa forma, o movimento do câmbio acaba por intensificar as discussões e especulações sobre a possibilidade de uma volta da alta na taxa de juros, já que a moeda poderia vir a pesar sobre a inflação. Na BM&F, os juros futuros já sobem de forma bastante intensa.

Nos portos, a alta do dólar já traz referências melhores para os preços da soja nesta quinta. No terminal de Paranaguá, o indicativo para julho/19 vinha em R$ 89,00 por saca, contra os R$ 88,00 para junho, registrado ontem, e de R$ 89,00  também para agosto. Na referência para abril de 2019, R$ 89,00 por saca, contra os R$ 88,00 de março/19 no fechamento desta quarta-feira (6). 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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