Soja intensifica ganhos em Chicago nesta 6ª e tem rally motivado pelas altas fortes do farelo

Publicado em 27/04/2018 13:10

O mercado internacional da soja vem intensificando suas altas no pregão desta sexta-feira (27) na Bolsa de Chicago. As cotações subiam, por volta de 12h50 (horário de Brasília), subiam mais de 14 pontos. Assim, o maio/18 já voltava a superar os US$ 10,40 e o agosto/18, os US$ 10,50 por bushel. 

Os traders trabalham com informações já conhecidas, porém, que atuam tanto como pressão quanto como suporte para os preços. E os ganhos, segundo explicam analsitas internacionais, se dão pela melhora do clima nos EUA para o plantio do milho e pelas expectativas melhores de um acordo entre China e EUA na disputa comercial em torno da oleaginosa. 

Além disso, os traders se atentam ainda aos  resultados finais e definitivos da safra da América do Sul. E, ainda de acordo com analistas e consultores, o mercado também começa a ver o maior potencial dos Estados Unidos de suprir o gap de oferta que será deixado pela Argentina no mercado de farelo de soja, podendo ampliar as exportações americanas do derivado. 

Com isso, os futuros do farelo também subiam na Bolsa de Chicago neste início da tarde de sexta-feira, com as principais posições subindo mais de 10 pontos. O contrato julho, que é o mais negociado desse momento, tinha US$ 395,60 por tonelada curta. 

"Quem lidera os rallies de hoje é o farelo. Há um sentimento forte de que as quebras na Argentina irão reduzir sua capacidade de processamento e os EUA podem ser favorecidos. Esse aperto na oferta ainda não foi resolvido", diz Dan Cekander, presidente da DC Analysis à Reuters Internacional. 

Do lado dos fundamentos também, os traders permanecem acompanhando de perto o desenvolvimento do plantio 2018/19 dos EUA. As condições de clima começam a melhorar para os trabalhos de campo de forma a garantirem uma boa área para o milho e menos produtores americanos migrando do cereal para a soja. 

Assim, cresce a expectativa para os novos números de acompanhamento de safra e evolução da semeadura que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz em seu reporte semanal na próxima segunda-feira, 30 de abril. 

"A incidência solar e temperaturas mais quentes favorecem a entrada mecanizada no campo. No entanto, chuvas intensas voltam a cobrir as principais regiões sojicultoras dos Estados Unidos na próxima quarta-feira, 2 de maio. Até lá, deveremos observar um ritmo de plantio extremamente acelerado no Cinturão", segundo a AgResource Mercosul, sinalizando uma tentativa dos produtores de compensar tal atraso.

 A ARC estima que até este próximo domingo, algo em torno de 4% da área de soja estadunidense seja semeada. O ritmo se mostra dentro das normalidades, porém ficaria sendo apenas a metade da área plantada no mesmo período de 2017.

Na Argentina, os prêmios de exportação se elevam com sinais de que a colheita não anda tão bem, com a severa seca no primeiro trimestre de 2018 e com chuvas intensas agora durante no período de maturação. As precipitações continuam constantes no Centro e Leste da Argentina. Os índices pluviométricos para este fim de semana ultrapassam os 65 mm acumulados. O ritmo de colheita deve ser reduzido nas regiões regadas com tais totais.

Nos EUA, as exportações seguem medianas, com uma leve redução do ritmo criado nos últimos 40 dias. Na semana pas- sada, foram vendidos apenas 371.000 tons de soja EUA para exportação.

Leia mais:

>> Plantio deve avançar nos EUA com temperaturas do solo subindo e melhores chuvas

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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