Áreas de soja afetadas por seca na Argentina podem ter perda de rentabilidade de até 75%; no milho, probabilidade é de 95%
As áreas de soja que sofreram com a seca extrema na Argentina possuem 75% de probabilidade acumulada de registrar margens negativas, com prováveis perdas de 120 dólares por hectare. Nos lotes de milho que sofreram com as mesmas condições, a probabilidade acumulada é de 95%.
Estes dados foram divulgados por um estudo do Instituto de Economia do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA) do país.
Segundo o estudo, as margens para as áreas que não foram afetadas pela seca poderiam subir em US$200 para o milho e em US$130 para a soja, devido à alta recente dos preços.
Nas áreas onde a seca impactou de "forma severa", a queda de margens é significativa, com uma redução média esperada de US$400 por hectare, "sendo provável obter margens negativas".
Para os autores, apenas para aqueles lotes nos quais se observa uma seca moderada poderia se especular um efeito que compense as perdas de quantidade.
Entretanto, a situação é seca severa ou extrema em boa parte da zona agrícola núcleo. "A informação disponível indica que boa parte dos hectares cultivados dentro da região núcleo se encontram em áreas onde as chuvas tem sido escassas e se localizam na categoria de seca severa ou extrema", expressa o estudo.
O estudo ainda acrescenta que há um nível mínimo de rendimento a partir do qual não é conveniente colher o grão porque não serão cobertos os custos de colheita. "Ou seja, há uma perda total de custos diretos para aqueles rendimentos que não cobrem os custos variáveis, sendo estes de 2160kg por hectare para o milho e de 750kg por hectare para a soja".
Tradução: Izadora Pimenta