Soja volta a subir em Chicago com foco na seca da argentina, mas se posiciona antes do USDA

Publicado em 05/03/2018 13:31

Os preços da soja passaram, no início da tarde desta segunda-feira (5), a trabalhar do lado positivo da tabela na Bolsa de Chicago, depois de uma ligeira realização de lucros registrada mais cedo. Por volta de 13h (horário de Brasília), as cotações subiam entre 3,75 e 5 pontos, permitindo que o contrato maio/18 seja negociado a US$ 10,75 por bushel. 

O mercado na CBOT voltou a subir ainda de olho nas condições de clima na Argentina, as quais seguem adversas e ainda penalizando as lavouras de soja de importantes regiões produtoras do país. Trata-se da pior seca em décadas. 

De acordo com informações da Labhoro Corretora, nenhuma mudança foi registrada durante o final de semana e permanecem as altas temperaturas e o tempo seco no país. 

"E o mercado da soja mantém esse foco também na medida em que os estoques vão se ajustando", diz o diretor de estratégia agrícola do Commonwealth Bank da Austrália, Tobin Gorey à Reuters internacional. 

E para os próximos dias, as previsões seguem mostrando condições ainda muito adversas. Não há nos mapas climáticos chuvas consideráveis para as regiões produtoras do país e o calor deve continuar. 

No paralelo, pesa a notícia também de uma intensificação das especulações sobre a guerra comercial entre China e Estados Unidos e os impactos que isso poderia gerar sobre o comércio global de soja entre os dois gigantes. 

"Este tema está causando ansiedade no mercado de grãos e no mercado em geral. De acordo com divulgação de alguns analistas, há um grande potencial de retaliação por partes de alguns países e já  com manifestações inclusive da China de retaliar a  importação de produtos americanos incluindo grãos e carne", explica o diretor da Labhoro, Ginaldo Sousa.

Dessa forma, crescem também as especulações sobre as maiores possibilidades que os fornecedores da América do Sul, principalmente o Brasil, poderiam encontrar em meio a essa disputa. No entanto, especuladores e especialistas sabem que os chineses ainda contam com uma necessidade considerável de importar soja americana, especialmente no período em que se desenvolve a safra da América do Sul. 

Complementando o cenário, ainda a movimentação dos fundos de investimento, os quais seguem buscando defender suas posições. Segundo o CFTC (Commodity Futures Trading Commission), os fundos se mostravam comprados em 139,846 mil contratos até o último dia 27 de fevereiro, a maior posição desde 26 de dezembro. Na semana anterior, esse número era de pouco mais de 92 mil. 

Além dos fundamentos e dos fundos, os traders também já dão início ao seu posicionamento antes da chegada do novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura do Estados Unidos) traz nesta quinta-feira, 8 de março. 

Ademais, atenção ainda aos dados de embarques semanais que chegam também pelo USDA ainda nesta segunda-feira. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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