Após atingir menor patamar em três semanas, soja atrai compradores em Chicago

Publicado em 06/02/2018 07:24 e atualizado em 06/02/2018 07:58

Após quatro sessões seguidas de baixa , a soja negociada na Bolsa de Chicago (CBOT) busca fôlego no pregão noturno e tenta uma recuperação nesta terça-feira (06).

Por volta das 12h40 (Brasília) o vencimento março/18 trabalha cotado em US$ 9,78 por bushel, alta de 8,75 pts ,  enquanto o maio/18 é negociado a US$ 9,89 por bushel, subindo 8,5 pts. Soja agosto/18  tem valorização de 9,25 pts cotada a US$ 10,03 por bushel.Depois de atingir o menor patamar de preços em três semanas, compradores em Chicago decidiram voltar aos negócios e aproveitar os preços baixos. 

Em entrevista ao Notícias Agrícolas o analista de mercado , Vlamir Brandalizze da Brandalizze Consulting  havia alertado que esse movimento poderia acontecer a medida que a cotação de março se aproximasse dos US$9,60 /bushel, patamar apontado por ele com  um piso para os preços em Chicago. Para o analista, o intervalo de negócios que era de US$9,80 a U$10,30 por bushel deve recuar  para US$ 9,60 e US$ 10,10 por bushel. 

No mercado de desta segunda-feira (05)  a pressão negativa veio da valorização do dólar perante as principais moedas com expectativa de aumento na taxa de juros dos EUA. A moeda americana encerrou o dia com alta de de 1 por cento  e perto do patamar de 3,25 reais no Brasil.

O clima na Argentina, por sua vez, perdeu um pouco da importância para os negócios em Chicago. Para Brandalizze, o mercado já assimilou as perdas argentinas e uma nova mudança no cenário só se justificaria com intensificação das irregularidades climáticas e novas perdas sendo computadas. 

Outro fator de ajuste para os preços é o relatório de oferta e demanda que deve ser divulgado na próxima quinta-feira (08) pelo USDA ( Departamento de Agricultura do EUA) . Brandalizze acredita que, embora o USDA seja conservador, a tendência é que aponte para uma redução de 2 a 3 milhões de toneladas para a safra argentina e um aumento de 1 milhão de toneladas para a safra brasileira, ajustando estoques mundiais que estavam positivos em função de uma oferta ligeiramente maior que a demanda.

Cotações no Brasil 

A colheita no Brasil deve se intensificar e atingir seu pico entre o final de fevereiro e o início de março. Ao contrário do ano passado, o início mais lento dos trabalhos no campo tem justificado uma cotação entre R$8,00 e R$10,00 por saca melhor que no início da colheita em 2017. Nos portos os preços sinalizados estão em torno de R$72,00/saca nesse momento, contra um valor entre R$63,00 e R$ 65,00 no ano passado. 

Segundo o analista, o produtor está mais cauteloso e deve negociar escalonadamente a soja, evitando pressão nos preços. Além disso, por se tratar de uma ano de eleições, onde a volatilidade do câmbio é muito comum, os produtores tendem a esperar para conferir as flutuações cambiais e aproveitar possíveis oportunidades a partir da valorização do dólar frente ao real. 

No interior, o dia foi de alta para as cotações em algumas praças como em Ubiratã e Cascavel no Paraná, que encerraram com valorização de 0,81% sobre os preços da sexta-feira (02). Em Mato Grosso o destaque ficou para Rondonópolis que teve alta de 1,13% , Campo Novo do Parecis que valorizou 0,9% e Itiquira com alta de 1,18%.

Em praças do MS, GO e no Oeste Baiano também foram registradas valorizações. Confira os preços e a evolução das cotações em várias  localidades do Brasil, clique aqui 

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Fonte: Notícias Agrícolas

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