Argentina não deve ter safra de alto impacto negativo, mas rendimentos serão menores
Os produtores rurais da zona núcleo da Argentina deverão esperar. Segundo especialistas consultados pelo La Nación, as chuvas se concentraram no norte do país neste último final de semana, sobretudo no Nordeste Argentino, mas foram insuficientes no norte e no centro da província de Buenos Aires. Nesta região temem a queda de rendimentos no milho e na soja, de primeira e de segunda etapa, devido à escassez de chuvas.
Segundo boletins do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA), a província do Chaco chegou a receber até 260mm no final de semana. Esteban Copati, chefe do departamento de estimativas agrícolas da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, disse: "nestas zonas do Chaco há agricultura, mas são departamentos com menor participação em relação ao total regional. Houveram consequências sociais, já que Saenz Peña ficou inundado e as chuvas continuam. Contudo, é muito provável que os planos de plantio sejam completados no restante do Nordeste".
Com relação ao Noroeste Argentino, Copati indicou que os departamentos mais afetados pela falta de chuvas são o sul de Salta e Tucumán, locais que, se não chover nos próximos dias, não devem terminar o plantio de acordo com as previsões. Salvo essas duas províncias, o restante da região possui umidade e poderá plantar segundo as expectativas.
As áreas que necessitam de chuvas em Buenos Aires receberam até 12mm - volume registrado em Pergamino. Copati acredita que há setores da província que vão ter um bom rendimento e que irão compensar as perdas das áreas que faltam chuvas. "Salvo o sudeste de Buenos Aires, não há regiões que tenham problemas de déficit hídrico generalizado e os cultivos avançam de uma condição regular a boa. Vai ser uma campanha média", afirmou o especialista da Bolsa de Buenos Aires.
Por sua vez, Eduardo Sierra, agroclimatologista, professor da Universidade de Buenos Aires (UBA) e pesquisador do Conicet, disse: "não estamos esperando uma safra de alto impacto negativo, mas sim uma safra na qual os rendimentos serão mais baixos".
Sierra acrescentou ainda que se espera um outono mais seco do que o normal, quando o comum é uma estação úmida. Desta forma, as áreas poderão ter menos enfermidades, com melhor qualidade de cultivo e uma boa colheita. Porém, o cenário é complicado para a safra seguinte: "para este ciclo agrícola, isso é bom, mas irá prejudicar a safra 2018/19", avaliou.
Tradução: Izadora Pimenta