Excesso de chuvas traz prejuízos à safra de soja no oeste do Paraná

Publicado em 18/01/2018 16:32

O excesso de umidade no Oeste do Paraná continua como uma preocupação dos produtores e já ocasiona prejuízos nas lavouras de soja da temporada 2017/18. Além da dificuldade em realizar os tratos culturais nas plantações, os agricultores relatam a queda de vagens, o que deve impactar no rendimento neste ciclo.

Os eventos climáticos têm sido tão intensos na região que obrigaram até mesmo a cooperativa C.Vale, de Palotina, a cancelar seu tradicional Dia de Campo de Verão deste ano em razão do excesso de chuvas. As atividades aconteceriam nos dias 16 e 18 de janeiro. 

Dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) apontam para um volume acumulado de chuvas de até 200 mm nos últimos 15 dias e os impactos sobre as lavouras já é inevitável. 

Em muitas regiões, como Assis Chateaubriand, as lavouras já apresentam perdas consolidadas, mas que ainda não podem ser quantificadas, segundo ressaltou o presidente do Sindicato Rural do município, Valdemar Melato, em recente entrevista ao Notícias Agrícolas.

Doenças desconhecidas abortam vagem da soja no Paraná. Envio de Waldir Basseto

O cenário é o mesmo na região de Palotina. O presidente do Sindicato Rural, Nestor Antônio Araldi, reforça que também há queda de vagens, quadro que já resultou em perda de produtividade. "Também faltou luminosidade para o desenvolvimento da cultura da soja. Em janeiro, tivemos apenas 2 dias de sol na região", completa.

Como explica o engenheiro agrônomo Gilmar Sponchiado, da C.Vale, a maior parte das lavouras da região da cooperativa - que está em fase de enchimento de grãos - deverá apresentar um atraso considerável em seu ciclo, dependendo das condições de clima.

"Acreditamos que, continuando as chuvas, devemos ter boas produtividades na região", diz. O forte da colheita na região deverá acontecer depois de 15 de fevereiro. 

Sponchiado alerta, porém, para ao ataque dos percevejos que vem sendo observado na localidade, além da mosca-branca, em uma incidência não tão alta. "É interessante que o produtor faça o controle de percevejos e ninfas (...) Tivemos também alguma incidência de ácaros e de algumas doenças", explica. 

O engenheiro afirma ainda que os produtores que fizeram um bom controle de pragas e doenças tiveram menos problemas com a queda de vagens em suas lavouras. "A maioria das aplicações está chegando com 15 dias e essa soja vai mais 30 dias para frente para concluir o ciclo, então, vamos ter que fazer mais uma aplicação de fungicida nessas lavouras". 

Em seu último boletim informativo, o Deral (Departamento de Economia Rural), reportou que 87% das lavouras apresentavam boas condições e 13% estavam em condições medianas. Nesta temporada, foram semeados 5,46 milhões de hectares com o grão e a expectativa é que sejam colhidas 19,3 milhões de toneladas. As projeções serão atualizadas pelo órgão ainda no mês de janeiro.

Queda de vagens nas lavouras de soja em Nova Aurora (PR). Envio do Técnico Agrícola David Clemente

Ferrugem Asiática

Com 88 casos confirmados da doença, o estado do Paraná lidera o ranking de ferrugem asiática no Brasil. As informações fazem parte do levantamento realizado pelo Consórcio Antiferrugem. 

Tags:

Por: Carla Mendes e Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Soja despenca em Chicago, mas na sequência mercado pode voltar a ficar lateralizado
Soja desaba 4% nesta 6ª feira em Chicago, acompanhando perdas agressivas do óleo, farelo e grãos
Soja, derivados e grãos despencam em Chicago nesta tarde de 6ª feira; soja devolve o que subiu na semana
Soja: Mercado em Chicago recua nesta manhã de 6ª, devolvendo parte dos ganhos da sessão anterior
Alta do farelo com ameaça de greve na Argentina e clima seco nos EUA estimulam cobertura de fundos e soja reage em Chicago
Soja volta a subir em Chicago, intensifica os ganhos e acompanha avanço de mais de 2% do farelo