Paraguai: aumento de 10,5% no diesel deve impactar na comercialização e nos custos da soja
O aumento do preço do diesel tipo III no Paraguai, que foi estabelecido pelo Governo local em 10,5% (aumento de G. 440, ou R$0,25, passando a custar G. 4.630, ou R$2,65 por litro) deste ontem (10), não é uma boa notícia para o setor produtivo agropecuário, que está às vésperas da colheita massiva de soja, disse o presidente da União de Grêmios da Produção (UGP), Héctor Cristaldo. Segundo ele, este aumento irá afetar os custos de toda a produção.
"Um aumento no diesel nunca é bom. Não agrada a ninguém, muito menos ao setor produtivo, já que estamos às vésperas da maior parte da colheita de soja", sinalizou. "Este aumento, que chega às vésperas do pico de colheita, irá incidir sobre os preços do frete e os demais custos de produção. O agricultor terá que adequar seus manejos ao novo preço".
Ele também apontou que o combustível é "muito sensível" para o Paraguai, onde a economia "se move sobre rodas". O país é 100% importador de petróleo.
Perguntado sobre a proporção do impacto, Cristaldo respondeu que, por enquanto, o aumento é muito recente e se esquivou de fazer projeções ou dar números relacionados a ele. "Serão maiores os custos de colheita da soja, o frete para levar do silo para o porto, mas assim será também para todos os demais produtos agrícolas", indicou.
Por sua vez, o presidente da Câmara Paraguaia de Exportadores e Comercializadores de Cereais e Oleaginosas (Capeco), José Berea, manifestou que se trata de um ajuste esperado no preço do diesel, já que o preço internacional do bruto vinha subindo nos últimos dois meses. "Acredito que irá incidir pouco e espero que não altere a comercialização da soja", apontou.
O presidente da Regional Caaguazú, da Coordenadoria Agrícola do Paraguai (CAP), Hermes Aquino, consultado sobre o tema, respondeu que os produtores terão que colher com novos custos, o que impactará na rentabilidade. "Os caminhoneiros são os que terão maiores problemas com o aumento, porque isso irá os afetar diretamente. As empresas multinacionais do agronegócio também terão problemas pelo aumento nos custos do frete", disse Aquino.
Tradução: Izadora Pimenta