Argentina deve receber chuvas benéficas para a soja e o milho dentro de dez dias

Publicado em 03/01/2018 08:33

A falta de chuvas em várias regiões do Pampa úmido argentino, sobretudo na província de Buenos Aires, continua atrasando o plantio de segunda etapa para a soja e o milho, além de afetar os cultivos que já estão no solo. Contudo, especialistas comentam que dentro de dez dias devem aparecer novas chuvas que trariam um alívio para essa situação.

De acordo com um boletim do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA) do país, são previstas chuvas escassas para o próximo final de semana. Essas precipitações seriam insuficientes para melhorar o balanço hídrico deficitário em várias regiões. As altas temperaturas complicariam mais ainda a situação dos produtores que esperam por um alívio.

"Há poucas chances de chuvas para sexta-feira ou sábado e, se há, estas seriam deficitárias", disse Pablo Mercuri, diretor do Centro de Pesquisa de Recursos Naturais do INTA.

Porcentagem de água útil nos solos argentinos em 02/01/2018 (Fonte: La Nación)

A partir do próximo dia 12, entretanto, novas situações de instabilidade atmosférica poderiam gerar novas chuvas. Segundo o boletim do INTA, para a semana de 11 a 18 de janeiro, baseado no modelo GFS, haveria "chuvas de variada intensidade em áreas do centro, norte e extremo sul do país".

"Estamos em uma situação de transição entre uma safra úmida e uma próxima safra que será seca", destacou o engenheiro agrônomo e especialista em climatologia Eduardo Sierra.

Porcentagem de água total nos solos argentinos em 02/01/2018 (Fonte: La Nación)

Segundo o especialista, "a zona do noroeste argentino ainda conserva os solos úmidos, mas na região mesopotâmica, em especial na província de Corrientes, começam a ser observados os primeiros sintomas de fata de umidade. A zona núcleo se encontra com uma moderada escassez de água e algumas zonas da província de Buenos Aires e La Pampa se encontram com um panorama desolador".

"As consequências negativas para o setor agrícola não serão vistas esse ano, mas sim a partir da safra 2018/19, quando várias áreas do país irão sofrer com a seca", acrescentou Sierra, em entrevista ao La Nación.

Tradução: Izadora Pimenta

Fonte: La Nación

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