Soja: Mercado em alta. "Confirmação" de La Niña aumenta preocupação de indústrias, por Miguel Biegai
Bom dia! Os contratos futuros de soja trabalham em alta na madrugada desta quarta-feira (06/12). O contrato de janeiro/18 opera com 4 pontos de alta, e vai sendo negociado a US$ 1012,50 centavos por bushel, no momento em que escrevo este relatório (05:50 da manhã, horário de Brasíllia).
Nesta terça-feira, o contrato-driver janeiro/18, fechou com 10 centavos de alta, e rompeu de forma categórica a resistência dos US$ 1000 que havia suportado diversos "testes" desde meados de outubro. O motivo é a confirmação, por parte do Bureau of Meteorology (BoM, um orgão do governo da Austrália) de que estamos efetivamente em um quadro climático de La Niña. O Bureau of Meteorology tem bastante credibilidade no mercado internacional por ser rigoroso em suas análises. Mais detalhes podem ser lidos em https://www.bom.gov.au/climate/enso/outlook/
Na verdade, já faz pelos duas semanas que empresas privadas e consultores comentam "em off" que havia uma probabilidade muito grande do La Niña ser confirmado por algum grande instituto público em breve. Os padrões de chuvas para as próximas semanas são clássicos de La Nina, e o comportamento da temperatura do Pacífico também. No Global Grain de Genebra, realizado entre 14 a 16 de novembro último, um conceituado palestrante climatologista "recomendou taxativamente que as empresas consumidoras tomassem proteção", escrevi no relatório do dia 22/11, postado aqui neste espaço. No entanto, é bom que se frise que este La Niña, pelo menos até o momento, aparentemente vai ser mais fraco do que o de 2010/11 e 2011/12 (particularmente este último). ele também precisa manter o padrão por mais 3 meses para uma nova confirmação. Na dúvida, as indústrias consumidoras estão começando a montar estruturas de proteção contra alta dos preços, seja com compra de futuros, seja com compra de calls, calls spreads ou three ways (quem acompanhou meus cursos sabe do que estou falando), e isso naturalmente vai puxando os preços pra cima.
Agora é monitorar, mas graficamente estamos voltando para a tendência de alta, perdida desde que bons volumes de chuvas permitiram o plantio da safra sul-americana na primeira e segunda semana de novembro.