Soja recua em Chicago após USDA desta 5ª feira, mas não assume tendência de queda

Publicado em 09/11/2017 17:04

O mercado da soja na Bolsa de Chicago reagiu aos novos dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trazido nesta quinta-feira (9) e fecharam o pregão com baixas de dois dígitos entre os principais vencimentos. Assim, o janeiro e o março/18 perderam, novamente, o patamar dos US$ 10,00 por bushel. O maio/18, referência para a safra brasileira, porém, conseguiu mantê-lo. 

Os números da soja - no quadro norte-americano, principalmente - foram revisados para baixo, como vinha sendo esperado, porém, as correções ainda mantiveram as estimativas acima das expectativas do mercado. 

No entanto, como explica Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting, o mercado também reagiu de forma técnica no final do pregão, com os fundos liquidando parte de suas posições e deixando de lado, em partes, as atenções sobre o relatório. 

"Esse fechamento com baixas de 10 a 12 pontos é um fechamento meramente técnico, não é uma tendência, e voltamos a operar na janela dos US$ 9,70 a US$ 10,30 por bushel, mas na parte baixa da janela", diz Brandalizze. 

A safra 2017/18 foi estimada em 120,43 milhões de toneladas, contra 120,58 milhões do reporte anterior. A média esperada era de 119,06 milhões, porém. Já os estoques finais do país caíram para 11,57 milhões de toneladas, contra as 11,72 milhões de outubro. O intervalo das expectativas era de 10,26 a 12,54 milhões, com média de 11,43 milhões de toneladas. 

A produtividade, por sua vez, foi mantida nas 56,12 sacas por hectare, mesmo número do relatório anterior. Da mesma forma, as exportações americanas foram mantidas na estimativa de 61,24 milhões de toneladas. 

Além disso,o USDA aumentou também sua estimativa para a safra 2017/18 do Brasil para 108 milhões de toneladas, 1 milhão a mais do que o registrado no reporte anterior. 

Leia mais:

>> USDA reduz estimativa para safra de soja dos EUA, mas sobe número do Brasil

Por outro lado, os números de demanda ainda são importantes e têm sido o principal e mais forte pilar de sustentação para as cotações. O USDA trouxe também um aumento expressivo aumento nas importações de soja da China de 95 para 97 milhões de toneladas, além do consumo pela oleginosa por parte da nação asiática para 110 milhões de toneladas. 

"A demanda é mais forte do que o mercado esperava, e o mercado continua comprador. Ele segue comprador nos portos, hoje seguiu assim depois do relatório, só ajustando suas posições um pouco mais para baixo depois dos números", relata o consultor. 

No Brasil

Assim, as cotações perderam um pouco de força nos terminais brasileiros. Em Paranaguá, a soja da safra nova caiu 0,67% para R$ 74,00 por saca, enquanto a disponível se manteve estável nos R$ 73,50. Em Rio Grande, os indicativos para a nova temporada ficaram em R$ 76,00, recuando 0,65%, enquanto no disponível o último preço foi de R$ 73,30, com queda de 0,27%. 

"Antes do relatório de oferta e demanda do USDA, chegamos a registrar uma indicação para soja em Rio Grande a 74,00 no spot", diz Marlos Correa, da Insoy Commodities. 

Já no interior, a maior parte das praças de comercialização, apesar de uma queda ter sido registrada tambpe no dólar frente ao real, manteve suas referências estáveis. A moeda americana fechou o dia com queda de 0,12% para R$ 3,2599. 

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>> Dólar tem leve queda nesta quinta-feira (9) sobre o real, de olho na Previdência

Ainda assim, algumas exceções foram registradas, como Panambi, no Rio Grande do Sul, onde o preço da saca subiu 1,63% para R$ 63,54 ou Ubiratã, no Paraná, para R$ 63,50 e Oeste da Bahia, onde a saca perdeu 2,13% para R$ 61,00. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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