Soja e farelo têm maiores preços no país desde julho com demanda externa, diz Cepea

SÃO PAULO (Reuters) - As cotações de soja e do farelo de soja atingiram na média de outubro os maiores patamares em três meses, e os preços do óleo, dos últimos nove meses, diante de uma forte demanda externa pelos produtos, afirmou nesta sexta-feira o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

As exportações de soja em outubro atingiram o maior nível para o mês da história, perto de 3 milhões de toneladas, de acordo com dados divulgados nesta semana pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).

"O aumento nos preços do complexo soja é justificado pela firme demanda externa e pela retração de produtores em comercializar lotes grandes, visto que as ofertas para entrega em 2018 têm preços mais elevados", ressaltou o Cepea em análise.

O centro de estudos da Esalq/USP reportou ainda que produtores intensificaram as negociações da safra 2017/18 em outubro, enquanto outros têm mostrado preferência por vender no mercado spot em 2018.

"Esses agentes acreditam que os valores de soja podem subir mais no primeiro trimestre do ano que vem, devido ao possível atraso na entrada da safra, o que pode fazer com que traders com navios nomeados para janeiro e fevereiro paguem ainda mais por lotes da oleaginosa."

Além da retração vendedora, as cotações foram impulsionadas pela valorização do dólar frente ao real. A moeda norte-americana teve média de 3,1950 reais em outubro, a maior desde julho deste ano, em termos nominais.

A alta nos valores da oleaginosa foi limitada pelas condições climáticas favoráveis ao plantio no Brasil e pelo avanço da colheita nos Estados Unidos.

No Brasil, houve ocorrência de chuvas em praticamente todas as regiões, pontuou o Cepea.

(Por Roberto Samora)