Soja: Mercado sobe mais de 2% na semana e recupera patamar de US$ 10 por bushel em Chicago

Publicado em 13/10/2017 17:54

A semana foi positiva aos preços da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). Conforme levantamento do economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, as principais posições da commodity subiram mais de 2%. Nesta sexta-feira (13), os vencimentos da oleaginosa apresentaram altas entre 6,75 e 8,25 pontos e consolidaram o segundo dia consecutivo de valorização.

As cotações foram impulsionadas pelas novas projeções trazidas no boletim de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), divulgado nesta quinta-feira. Os dados fizeram as cotações atingirem os melhores níveis dos últimos dois meses e retomarem o importante patamar de US$ 10,00 por bushel. O novembro/17 fechou a semana a US$ 10,00 por bushel e o janeiro/18 a US$ 10,10 por bushel.

De acordo com a  AGResources, fundos especulativos entraram na compra mas os produtores rurais não adicionaram vendas, causando impulso nos preços futuros da soja -- e apontando para novas altas. Os operadores do mercado estão cientes da demanda chinesa por soja norte-americana, entretanto será interessante observar se a China, de fato, vai adicionar novas compras, com os atuais patamares de preços na CBOT – uma vez que as margens de lucro no esmagamento da soja na China se mostra ainda mais apertada, diz o escritório de analises norte-americano.

Os produtores rurais dos Estados Unidos observarão um padrão climático favorável para o progresso da colheita no país, nos próximos dias. Uma semana de chuvas intensas foi a realidade de muitos aqui no Cinturão Agrícola, que estiveram com suas colheitadeiras paradas por alguns dias. Os números atualizados dos fundos especulativos na soja totalizam 30,9 mil posições, entretanto o movimento de compra de quinta e sexta-feira ainda não foram contabilizados aos números acima.

Na contramão do esperado pelo mercado, o órgão reduziu as projeções para a produtividade e a safra norte-americana na temporada 2017/18. As apostas dos investidores estavam em 121,03 milhões de toneladas para a produção, porém, o departamento apontou um ligeiro recuo em relação ao mês anterior e projetou a safra em 120,58 milhões de toneladas.

Já o rendimento das lavouras ficou em 56,12 sacas por hectare, contra as 56,57 sacas por hectare reportadas em setembro.  "Esse cenário gera uma discussão sobre novos cortes no relatório de novembro", disse Richard Feltes no RJ O'Brien, ao Agrimoney.com.

Para os estoques finais americanos foram projetados em 11,72 milhões de toneladas. Em setembro, o número ficou em 12,93 milhões de toneladas.

Além disso, o site internacional Agrimoney.com reforça que os números das vendas semanais divulgadas nesta sexta-feira também deram impulso aos preços. Na semana encerrada no dia 5 de outubro, as vendas de soja somaram 1.747,3 milhão de toneladas da safra 2017/18. O número ficou acima das apostas dos investidores, entre 900 mil a 1,2 milhão de toneladas.

Com o volume, o total vendido pelos EUA no acumulado da temporada chega a 25.078,1 milhões de toneladas. No mesmo período do ano anterior, o volume era de 29.710,1 milhões de toneladas. "As vendas de exportação semanais adicionaram combustível aos preços. Os números superaram as estimativas", disse Benson Quinn Commodities.

Além disso, os participantes do mercado ainda permanecem atentos ao clima no Brasil e o andamento do plantio da soja. Em algumas regiões do Centro-Oeste, as chuvas permanecem irregulares e a semeadura da safra 2017/18 está atrasada, como é o caso de Maracaju (MS). Segundo previsões do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), o bloqueio atmosférico será rompido e as chuvas devem retornar ao Brasil central a partir do dia 21 de outubro.

Leia mais:

>> Inmet confirma fim do bloqueio atmosférico e volta das chuvas para região central do Brasil a partir do dia 21 de outubro

Por outro lado, o andamento da colheita da soja nos EUA também segue no radar dos investidores. Até o início da semana, cerca de 36% da área plantada nesta temporada já havia sido colhida, conforme dados do USDA. As informações serão atualizadas na próxima segunda-feira.

Mercado brasileiro

Diante da forte alta registrada na Bolsa de Chicago, os preços no Brasil finalizaram a semana com leves ganhos. Ainda de acordo com levantamento do Notícias Agrícolas, em Londrina (PR), a saca subiu de R$ 60,00 para R$ 62,00, valorização de 3,33%.

Na região de Sorriso (MT), a alta foi de 4,59%, com a saca da oleaginosa a R$ 57,00. Em Jataí (GO), o ganho ficou em 1,28%, com a saca do grão a R$ 55,20. Na localidade de Panambi (RS) a valorização foi de 2,50%, com a saca a R$ 61,50. A semana foi marcada pelo feriado em comemoração ao dia de Nossa Senhora Aparecida, nesta quinta-feira.

Dólar

A moeda norte-americana encerrou a sexta-feira a R$ 3,1491 na venda, com desvalorização de 0,66%. "O dólar recuou ante o real nesta sexta-feira influenciado pelo mercado externo após a divulgação que a inflação dos Estados Unidos veio mais fraca do que o esperado em setembro, aliviando temores de que o banco central do país possa elevar os juros mais do que o esperado", destacou a Reuters.

Confira como fecharam os preços nesta sexta-feira:

>> SOJA

Tags:

Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Soja dá sequência às baixas da última sessão e lidera perdas entre os grãos em Chicago nesta 2ª
Soja/Cepea: Altas externa e cambial impulsionam preços no BR
Soja despenca em Chicago, mas na sequência mercado pode voltar a ficar lateralizado
Soja desaba 4% nesta 6ª feira em Chicago, acompanhando perdas agressivas do óleo, farelo e grãos
Soja, derivados e grãos despencam em Chicago nesta tarde de 6ª feira; soja devolve o que subiu na semana
Soja: Mercado em Chicago recua nesta manhã de 6ª, devolvendo parte dos ganhos da sessão anterior