Soja: Chicago intensifica as baixas e preços nos portos do BR lutam para manter referência dos R$ 70

Publicado em 02/10/2017 12:30

No início da tarde desta segunda-feira (2), os futuros da soja vêm intensificando suas baixas na Bolsa de Chicago. As cotações, por volta de 12h15 (horário de Brasília), perdiam mais de 10 pontos, levando o novembro/17 a US$ 9,57 e o maio/18 a US$ 9,86 por bushel. 

Também em queda opera o dólar frente ao real - perto de 12h30 a moeda americana perdia 0,18% para valer R$ 3,162 - e ajudava a pesar sobre a formação dos preços no Brasil. 

De acordo com informações da Granoeste Corretora de Cereais, os primeiros indicativos da soja disponível no porto de Paranaguá, neste início de semana, variavam de R$ 70,50 a R$ 71,00 por saca. No interior do Paraná, as cotações variavam de R$ 64,20 e R$ 65,00 por saca no oeste e R$ 65,50 a R$ 67,00 no sudoeste. 

No mercado interno, a semana deverá começar, com explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, com a demanda interna aquecida, mostrando um interesse ainda maior pela soja, com bons negócios podendo fluir também para a safra nova. 

"O mercado da soja continuará mostrando negócios internos e com as indústrias vindo a campo para se abastecer, porque correm o risco de não conseguirem matéria prima para trabalhar no final do ano e no começo do próximo", diz o consultor. 

Bolsa de Chicago

Parte dessa pressão ainda vem do bom avanço da colheita nos Estados Unidos, onde o clima permite o desenvolvimento dos trabalhos de campo  os índices de produtividade continuam ainda bastante positivos, cada vez mais próximas de confirmar as últimas projeções para a safra americana. 

"Sazonalmente o mercado está iniciando  o  período de forte colheita e muito em breve deveremos ver uma  possível  pressão de vendas por parte do produtor", explica o diretor da Labhoro Corretora, Ginaldo Sousa. E hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) atualiza, no final do dia, seus números sobre a colheita americana e as condições das lavouras no país em seu reporte semanal de acompanhamento de safras. Na última semana, o boletim trouxe 10% da área colhida até 24 de setembro. 

Ainda sobre clima e trabalhos de campo, o mercado internacional vê ainda as boas chuvas que chegam ao Brasil das regiões produtoras e também sente essa pressão. Segundo informações do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), o tempo instável observado no último final de semana deverá persistir até o início desta semana. 

"Há condições para chuva forte, acompanhada de rajadas de vento e de queda de granizo em alguns pontos", mostram as previsões do instituto. Os acumulados mais expressivos ainda deverão ser observados no Brasil Central - Sudeste e boa parte do Centro-Oeste). Assim, os traders também seguem acompanhando a atualização dessa informações. 

O mercado, ainda nesta segunda-feira, sente algum suporte de novas vendas dos EUA para a China - de 132 mil toneladas - mas a pressão de embarques semanais norte-americanos abaixo do esperado. As duas informações foram reportadas pelo USDA. 

Na semana encerrada em 28 de setembro, os EUA embarcaram 894,250 mil toneladas de soja, enquanto os traders esperavam algo entre 930 mil e 1,2 milhão de toneladas. No acumulado do ano comercial, os embarques americanos já somam 3.970,338 milhões de toneladas, contra 3.410,154 milhões do mesmo período do anterior.  

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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