Soja: Chicago volta ao campo negativo com pressão do dólar em alta e colheita nos EUA

Publicado em 26/09/2017 14:47

Os preços da soja deixaram de lado a estabilidade e passaram a operar em campo negativo na Bolsa de Chicago na tarde desta terça-feira (26). As cotações, por volta de 14h25 (horário de Brasília), perdiam mais de 6 pontos, com o novembro/17 valendo US$ 9,64 e o US$ maio/18, referência para a safra brasileira, US$ 9,93 por bushel. 

O peso da colheita nos Estados Unidos parece estar aumentando sobre os preços neste momento, como explica o economista e analista de mercado Camilo Motter, da Granoeste Corretora de Cereais. 

"A colheita da safra norte-americana chega a 10%, ante 9% da mesma data do ano passado. A média histórica é de 12%. O bom progresso da última semana, de 6 pontos percentuais, e as projeções de avanço rápido pressionam os preços. Quanto à qualidade, o USDA elevou a categoria bom/excelente em 1%, para 60%. A produtividade das áreas colhidas, compatível com as surpreendentes estimativas do USDA, é outro ponto de pressão", diz o executivo.  

Outro fator que pesa sobre as cotações é a alta do dólar. Não só a moeda americana sobe frente ao real e faz sua máxima dos últimos dias, como avança também diante de uma cesta de principais divisas no exterior. Perto de 14h45, o dollar index apresentava um ganho de 0,355 para 92,76 pontos. Já frente à moeda brasileira, o dólar comercial subia 0,24% para R$ 3,165. 

Os ganhos se justificam com a fala da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, sinalizando uma alta dos juros americanos nos próximos meses. "O mercado estava duvidando um pouco do Fed, já que ele tem um histórico de discursos mais 'hawkish' não cumpridos, mas a questão é até quando ele vai duvidar", afirmou o analista econômico da gestora Rio Gestão, Bernard Gonin.

Leia mais:

>> Dólar atinge máxima ante real com fala de Yellen sobre possibilidade de altas nos juros americanos

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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