Na Argentina, plantar soja após o trigo é mais rentável
Na Argentina, a sequência trigo-soja de segunda etapa não é somente uma opção sustentável em termos agronômicos e ambientais, mas também em aspecto econômico.
De acordo com um boletim divulgado pelo Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA) Marcos Juárez, a margem bruta no campo próprio é 12% para o milho em relação com um plantio de soja de primeira etapa, mas 5,4% inferior se comparada com uma rotação prévia com trigo.
A safra de verão na Argentina é dividida em duas etapas. A primeira etapa, que começa em setembro, é composta pelos plantios que não vêm em sequência de um plantio de trigo, que ainda está em desenvolvimento. Após a colheita do trigo, a segunda etapa é plantada na mesma área.
Tomando como base o sudeste da província de Córdoba, a conclusão que os técnicos chegaram foi de que o milho é o cultivo que, por si só, tem os melhores resultados, com uma margem bruta de AR$11.445 por tonelada, contra AR$10.161,9 da soja de primeira etapa.
Entretanto, na rotação trigo-soja de segunda, a margem esperada é de AR$12.098 por tonelada para a safra que está apenas começando.
"Se observa que, com a produtividade considerada, a soja de primeira mostra uma desvantagem de 11% em relação ao milho, que é mais competitivo. Porém, a opção de soja após o trigo tem melhores resultados: 6% superior ao milho e 20% superior à soja de primeira etapa", disse Carlos Ghida Daza, economista responsável pelo boletim.
O boletim também mostra que, para a cobertura de custos, a soja de primeira requer 39% da produtividade média, enquanto o milho requer 53%. O trigo, por sua vez, requer 51,7% e a soja de segunda, 41%.
Tradução: Izadora Pimenta