Argentina teme efeitos no preço da soja após EUA taxar importação de biodiesel do país
"Para a Argentina produzir 1,47 milhões de toneladas de biodiesel exportados aos Estados Unidos em 2016, faltaram 1,50 milhões de toneladas de óleo de soja. Por sua vez, isso implicou na moagem de 7,5 milhões de toneladas de grão, que renderam 6 milhões de toneladas de farinha", disse ao La Nación uma fonte da indústria de óleo local, para demonstrar o movimento que implicava a demanda norte-americana, agora tecnicamente perdida.
Embora o mercado tenha se colocado em cautela por conta da medida recente vinda dos Estados Unidos, de colocar altas taxas sobre o biodiesel argentino, o concreto é que, frente à perda de uma demanda que afeta todo o complexo soja, se abre um ponto de interrogação sobre o futuro dos preços da soja em grão, o que afeta diretamente aos produtores.
Para um operador entrevistado pelo jornal argentino, é preciso ainda ter um panorama mais claro do que a medida irá causar, mas que "é inegável que irá haver um remanescente de óleo pressionando o mercado e que a Argentina terá de buscar novos destinos, seja para exportar como produto ou para utilizar como matéria prima ante um novo comprador de biodiesel".
O mercado local ainda não sofreu impacto nos preços. A soja disponível se manteve a AR$4250 a tonelada e a oleaginosa da próxima safra foi cotada a US$250 para a zona de Gran Rosario.
Em Chicago, o movimento recente de alta encontrou sustento na especulação de uma maior demanda interna de óleo para produzir biodiesel.
Tradução: Izadora Pimenta