A sudeste de Iowa, potencial produtivo do milho já é 25% menor e da soja, 20% devido ao clima adverso
O tour Missão Mulheres do Agronegócio percorreu quase 430 quilômetros milhas neste segundo dia de viagem e pode observar os impactos das adversidades climáticas nas lavouras de soja e milho em regiões dos estados de Iowa e Illinois. Algumas regiões sinalizaram ainda problemas com o excesso de umidade durante o plantio, além de outras que mostraram ainda a necessidade de replantio e outras até mesmo que não foram plantadas novamente.
Na região de Danville, sudeste de Iowa, o clima ainda preocupa os produtores locais. Com a falta de chuvas adequadas, a perda no potencial produtivo estimada para o milho já é de 25%, enquanto a da soja está em 20%. No entanto, a projeção para a oleaginosa pode crescer caso as chuvas esperadas para os próximos dias não se confirmem. A localidade, afinal, já sofre com a falta de precipitações há três semanas.
"Estamos acompanhando vários modelos climáticos. Há dias em que parece que vai chover, mas as chuvas não chegam", lamenta a produtora rural Deanne Parrott. Nesse quadro, a média esperada de produtividade para o milho na propriedade, ainda segundo Deanne, e de 200 bushels por acre de milho, contra a média de 240 do ano passado e de 60 bushels por acre para a soja - se chover -, enquanto foram colhidos de 78 e 80 em 2016.
No local, o solo apresenta rachaduras grandes e profundas, também mostrando os efeitos da seca. "Este é um sinal do tempo seco. Tivemos apenas 25% do acumulado normal de chuvas, com apenas 50,8 mm em junho, 25,4 mm em julho e foi isso desde então", relata Tom Parrott.
As espigas de milho nessa região - que estão no final da granação - também já mostram que a formação dos grãos foi bastante comprometida, com falta de chuvas durante a polinização. E caso o clima se mantenha seco, há ainda a possibilidade de um comprometimento também do peso dos grãos. Além disso, há uma irregularidade entre as espigas, com algumas bem menores do que outras, bem ao contrário do que se observava no ano passado, onde o clima foi quase perfeito no Meio-Oeste americano.
Deanne relatou ainda que a comercialização dos grãos este ano está mais lenta dado aos atuais patamares de preços. De milho, o volume vendido é bastante baixo e, para a soja, não passa de algo entre 10% e 12% de sua safra deste ano. "As margens estão muito ajustadas", diz. Na propriedade, os produtores utilizam três principais ferramentas de comercialização, sendo elas a venda direta para as cerealistas, o hedge na Bolsa de Chicago e o mercado de opções.
Confira as imagens das lavouras: