Com chuvas previstas para o Corn Belt, soja perde mais de 30 pts em Chicago nesta 3ª feira

Publicado em 01/08/2017 12:48

Os últimos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) sobre as condições das lavouras de soja seguem repercutindo nos negócios desta terça-feira (1) na Bolsa de Chicago e os futuros da oleaginosa intensificam suas baixas no início da tarde de hoje. 

As posições mais negociadas, por volta de 12h20 (horário de Brasília), recuavam mais de 30 pontos, levando o vencimento novembro aos US$ 9,76 por bushel. 

No Brasil, as referências nos portos já perdiam, pelo menos, R$ 1,00 por saca dada essa perda intensa em Chicago. No terminal de Paranaguá, o produto disponível já tinha entre R$ 71,50 e R$ 70,50 por saca e poucos negócios eram registrados dado os preços mais baixos. 

Agosto: Pico do mercado climático para a soja nos EUA

O reporte semanal de acompanhamento de safras trazido pelo USDA no fim do dia ontem mostrou uma alta de 2 pontos percentuais no índice de lavouras em boas ou excelentes condições para 59% e assustou o mercado. Os traders, afinal, esperavam uma manutenção ou uma nova redução nesse número. 

Combinado a esses dados, as previsões mostrando melhores condições de chuvas para o Corn Belt nos próximos dias também pesa severamente sobre as cotações, estimulando uma intensa liquidação de posições por parte dos fundos de investimento.

"Ainda existem bolsões de seca e estamos iniciando o mês de agosto, que tem primordial importância para definição da safra de soja. Entretanto, as previsões atuais no curto prazo são mais consistentes e mostram chuvas mais abundantes na Dakota do Sul e norte de Iowa, previstas pelo NOAA, enquanto o modelo europeu já coloca mais chuvas para o Missouri e áreas no leste do Cinturão, como centro-sul de Illinois e Indiana", explica o diretor da Labhoro Corretora, Ginaldo Sousa. "

Com essas previsões mais úmidas e temperaturas mais amenas fica difícil o mercado voltar a romper os US$ 10,00 sem uma mudança radical no clima", completa.

Chuvas previstas para os próximos 5 dias nos EUA - Fonte: NOAA

Chuvas previstas para os próximos 5 dias nos EUA - Fonte: NOAA

Além disso, os traders também já observam uma sintonia melhor entre os dois modelos climáticos - europeu e americano - maior nesse momento, principalmente para as chuvas dos próximos 11 a 15 dias, com melhores volumes acumulados sendo esperados para importantes áreas produtoras de soja e milho no Meio-Oeste americano, o que também pesa sobre as cotações.

Ao passo em que as condições climáticas continuam a ser acompanhadas de perto, o mercado também já se prepara para o novo reporte mensal de oferta e demanda que o USDA traz no próximo dia 10, onde serão atualizadas suas estimativas de produtividade. O atual número esperado pelo departamento é de 48 bushels por acre, e analistas nacionais e internacionais já não apostam mais nessa média.

"O consenso geral dos traders é que a produtividade do milho, prevista em 170,7 bushels por acre pelo USDA poderia diminuir entre 6 e 7 bu/acre. Na soja, a produtividade estimada em 48 bu/acre, pode cair 1,5 a 2 bu/acre. Entretanto, isto, naturalmente, não quer dizer que o USDA fará alterações deste porte para esse relatório", complementa Sousa. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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