Soja: Futuros em baixa em função de chuvas e redução de previsões de temperatura, por Miguel Biegai, da OTCex Group
Bom dia. Os contratos futuros de soja na bolsa de Chicago trabalham em baixa nesta segunda-feira da última semana do mês de julho. O vencimento novembro/17 opera com 17,25 cents/bushel de queda, estando cotado a US$ 1005,00 cents/bushel. A movimentação é forte nesta madrugada, e no momento em que escrevo este reporte (05:45 da manhã, horário Brasilia), somente o nov/17 já negociou 33 mil contratos.
O mercado já abriu com quase 10 de baixa e foi a 24 de baixa nas mínimas do pregão noturno, em função de razoáveis chuvas ocorridas durante o final de semana nas principais regiões produtoras do meio-oeste americano. É bom lembrar que essas chuvas não estavam previstas pelos diversos modelos climáticos, o que surpreendeu inclusive os fazendeiros. Outro fator que também está pesando sobre o mercado é a mudança relevante nas previsões de temperatura para o meio-oeste. Na sexta-feira, o NOAA (principal site de previsões meteorológicas dos EUA) mostrava até mesmo um quadro “altista” para os preços da soja, pois mantinha um cenário de temperaturas bem acima da média, e chuvas abaixo da média para o núcleo produtivo. As chuvas abaixo da média continuam previstas (embora com menos força), mas o surpreendente é a mudança na previsão de temperaturas que agora estão estimadas para serem bem abaixo da média para o período de 29 de julho até pelo menos 06 agosto. Ou seja, no “coração” do mercado climático para a soja que é da última semana de julho até final da primeira semana de agosto.
Ainda não é o ideal para as lavouras americanas, mas com a umidade do solo atualmente presente no solo, e com temperaturas abaixo da média para as duas próximas semanas, é possível que os danos na produtividade final sejam amenizados. Mas, mercado de clima é assim mesmo. De sexta pra cá, mudou bastante a previsão de temperaturas, e isso está ajudando a derrubar o mercado. Porém, do nada, os mapas podem mudar de novo a qualquer momento. No entanto, é bom que se diga que a janela de tempo está se fechando para ocorrer uma estiagem que reduza bastante a produtividade, ou um clima perfeito que proveja novamente uma super-safra. Pelo andar da carrruagem, pode ser que não aconteça nenhuma das duas coisas. Nem o clima perfeito de 2016, e nem um cenário de seca forte de 2012. Mas, ainda tem muita coisa para acontecer e é essencial se manter informado neste período crítico do ano.
Graficamente, seguimos em tendência de alta. No entanto, se o novembro/17 fechar abaixo de US$ 1009,5 (média móvel de 9 períodos), acende a luz amarela no painel. O patamar de US$ 993,00 é crítico, e se for rompido pode deflagrar novo movimento de vendas.