Soja opera com estabilidade na tarde desta 3ª em Chicago; nos portos do Brasil, preços têm leve recuo

Publicado em 11/07/2017 12:47

O mercado da soja testou algumas baixas mais intensas na Bolsa de Chicago, no começo do dia, porém, no início da tarde desta terça-feira (11), as cotações voltaram a atuar com estabilidade entre os principais vencimentos. Por volta de 12h10 (horário de Brasília), as posições mais negociadas agora trabalhavam em campo positivo, com pequenas altas de 0,50 a 1,50 ponto e, assim, o novembro/17 era negociado a US$ 10,39 por bushel. 

Os futuros da oleaginosa se ajustam após dez sessões consecutivas de altas na CBOT, que levaram os preços a acumularem uma alta de quase US$ 1,00 por bushel. O momento é de um dos picos do mercado climático norte-americano, com adversidades sendo registradas no Meio-Oeste no período em que as lavouras dos EUA entram em sua fase de desenvolvimento. 

E o recuo chega mesmo depois da revisão negativa no índice de lavouras de soja em boas ou excelentes condições nos Estados Unidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) no final da tarde de ontem. O número veio em 62%, contra 64% da semana anterior. O índice do milho e do trigo também perdeu 2 pontos. 

O mercado esperava uma revisão de 2 a 3 pontos percentuais e, como já havia adiantado o consultor Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, foi ao longo da sessão desta segunda-feira (10) precificando essa possibilidade e terminando o dia com altas de mais de 20 pontos diante das previsões de tempo quente e seco no Corn Belt. 

O ajuste é também reflexo de um reposiscionamento do mercado antes da chegada do novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta quarta-feira, 12 de julho. 

"Tomada de lucro e fundos se preparando para o relatório de amanhã do Supply/Demand pressionam as commodities em Chicago. Dia típico de Turnaround Tuesday", explica Ginaldo Sousa, diretor da Labhoro Corretora.

As atenções estão completamente voltadas para os estoques da safra velha norte-americana e nas estimativas de produtividade da safra nova. 

Os estoques trimestrais trazidos pelo departamento no último dia 30 ficaram aquém das expectativas do mercado, mostrando a força da demanda e agora as correções são esperadas. Os números do USDA para a posição de 1º de junho de 2017 vieram em 26,21 milhões de toneladas, abaixo da média das expectativas de 26,7 milhões de toneladas.

Preços no Brasil

No Brasil, os preços nos portos também perdem um pouquinho de força nesta terça-feira com a realização de lucros em Chicago. Em Rio Grande, a soja disponível perdia 0,40% para R$ 74,70 por saca, enquanto a safra nova valia US$ 78,20, recuando 1,01%. 

Além do recuo no mercado internacional, a baixa do dólar frente ao real hoje também limita o avanço das cotações no Brasil. A moeda americana, por volta de 12h45 (Brasília), perdia ligeiros 0,05% e a movimentação cambial se mostra completamente focada no cenário político nacional, principalmente na votação da reforma trabalhista que acontece nesta terça. 

"O dólar deve continuar a trabalhar abaixo dos 3,30 reais se tudo continuar como esperado pelo mercado", avaliou o gerente de tesouraria do Banco Confidence, Felipe Pellegrini à agência de notícias Reuters. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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