Com incerteza sobre imposto de exportação de soja, produtores paraguaios cancelam compras para próxima safra
No Paraguai, os produtores estão preocupados porque, em setembro, começa a safra de soja mais importante do ano. Se durante o próximo mês não for definida a situação do imposto de exportação sobre a soja, haverá efeitos importantes, advertem.
O presidente da União de Grêmios da Produção (UGP), Héctor Cristaldo, disse que, a mais tardar, em julho, o imposto sobre a soja deve ser definido, uma vez que, em agosto, devem chegar os pedidos de insumos e máquinas para a safra 2017/18, que se inicia em setembro, com o plantio.
"Alguns produtores cancelaram compras de máquinas e deixaram de lado muitas coisas. Outros estão pensando em como assumir esse compromisso se, depois, não vão poder cumprir. A incerteza não desaparece, há uma paralisia e uma preocupação de como encarar as regras do jogo", explicou Cristaldo, que também é titular da Coordenadoria Agrícola do Paraguai (CAP). Ele acrescentou que "os políticos não medem as consequências no dia a dia das pessoas".
A projeção é obter um maior volume de colheita ano após ano. Assim, os produtores necessitam de comprar todos os insumos necessários nesta época. A falta desses insumos poderia influenciar na quantidade de hectares plantados e no volume produzido ao final da safra 2017/18.
O presidente Horacio Cartes já se posicionou contra os impostos sobre a exportaçao. Para Cristaldo, este fator "ao menos, é um sinal", mas ainda não é suficiente, já que o projeto de lei apresentado pela Frente Guasu segue vivo e inconclusivo.
Os produtores, portanto, seguem em vigília e prontos para protestar nas estradas novamente, se for necessário.
A proposta do Ministério da Fazenda, de aumentar o IVA agropecuário de 5% para 10%, poderá ser avaliada pela UGP, uma vez que o projeto de lei seja retirado.
Tradução: Izadora Pimenta