Projeto do governo paraguaio pode tributar exportação de soja em 15%; produtores expressam preocupação
As principais associações empresariais do Paraguai rechaçaram, na última segunda-feira (19), um projeto para agravar a exportação de grãos, que poderia ser tratado nesta semana no Senado e despertou temores sobre outras reformas econômicas em um ano eleitoral, segundo informou a Reuters.
O tratamento da iniciativa, que fixa um imposto de 15% sobre a exportação de grãos em estado natural, é parte de um pacto que permitiu ao presidente do país, Horacio Cartes, recuperar o controle do Congresso.
Os empresários expressaram preocupação frente à instabilidade política que afeta a previsibilidade necessária para os investimentos e o clima de negócios. Para eles, o governo está "equivocado" e uilizando os produtores como moeda de troca para ter maioria no poder do Estado.
O acordo político foi feito entre Cartes e a coalizão Frente Guasu, que busca, há anos, impulsionar este projeto. O líder do grupo, o ex-presidente Fernando Lugo, foi eleito na semana passada titular do Senado e do Congresso.
Os defensores do projeto dizem que o setor agrícola tem poucos impostos sobre suas exportações, que superaram os US$3 bilhões no ano passado.
Por sua vez, os produtores apontam que este acordo destruiria uma das atividades mais dinâmicas da economia, reduzindo para a metade o volume de produção de grãos, cujo cultivo deixará de ser rentável.
O Paraguai é o quarto exportador mundial de soja e produziu 10 milhões de toneladas na última safra. O projeto deve ser estudado nesta quinta (22), segundo os senadores.
Tradução: Izadora Pimenta