Soja fecha mais uma sessão com altas em Chicago e segue estimulando negócios no Brasil

Publicado em 07/06/2017 18:09

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago registraram sua quarta sessão de altas e fecharam o pregão desta quarta-feira (7) em campo positivo. As cotações do farelo de soja também subiram neste pregão e o encerraram com altas de mais de 1%. 

Entre os preços do grão, as posições mais negociadas neste momento subiram entre 4 e 7,25 pontos, com o julho/17 valendo US$ 9,3075 e o novembro, US$ 9,3575 por bushel. Com esse avanço, o mercado internacional dá continuidade ao seu movimento de recuperação, depois de algumas baixas consecutivas e o o primeiro vencimento testando os US$ 9,09. 

Segundo explica o economista e analista de mercado Camilo Motter, da Granoeste Corretora de Cereais, as especulações sobre condições mais adversas de clima no Meio-Oeste americano já dão espaço para esta retomada dos preços, embora quem sofra mais neste momento seja o trigo. 

Com o plantio do milho praticamente concluído nos Estados Unidos e o da soja nos estágios finais, a atenção do mercado e dos produtores se dá agora sobre o desenvolvimento dessas lavouras. Após um início um tanto tumultuado dos trabalhos de campo - devido ao excesso de chuvas - as duas culturas e mais o trigo exigem acompanhamento redobrado. 

"As atuais condições de tempo mais seco não são uma preocupação grande neste momento, mas certamente exigem um acompanhamento constante", diz o doutor Michael Cordonnier, Ph.D. em agronomia. 

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"Os fundos que vieram vendendo, se desfazendo de posições, apostando em um mercado mais fraco nestes últimos tempos, passaram a começar a reconstruir suas posições compradas em bolsa, adicionando um prêmio climático a esta possibilidade de um clima adverso no decorrer", diz Motter. 

Por outro lado, a boa oferta disponível, os elevados estoques mundiais ainda são um limitador para o avanço dos preços, como explica o consultor, ao lado de margens de esmagamento ainda negativas na China, fator que segue no radar dos traders. 

Dessa forma, para saber se o mercado entrou em uma nova tendência de alta será necessário acompanhar alguns próximos pregões e, claro, o comportamento do clima no Corn Belt. Complementando o quadro no curto prazo, há ainda o novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA traz no dia 9 de junho, próxima sexta-feira. 

Preços e negócios no Brasil

Ainda segundo Camilo Motter, esta tem sido uma semana melhor de negócios para os produtores brasileiros, embora o ritmo ainda siga mais lento do que o normal para esta época do ano se comparado aos demais. Desde a delação de Joesley Batista, a movimentação do dólar mudou, levou a moeda a se aproximar mais dos R$ 3,30 e estimou um volume maior a ser negociado. 

Nesta quarta, a divisa fechou o dia com uma leve baixa de 0,13, mas ainda valendo R$ 3,2721. Segundo especialistas, os investidores mantêm sua cautela diante da atual cena política no Brasil, principalmente com o julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE)em curso hoje e durando até amanhã. 

"Ainda que a aprovação (da reforma trabalhista) seja um alento, o placar acirrado, além do cronograma apertado, reitera a percepção de que uma aprovação definitiva não será nada fácil", informou a corretora Coinvalores em relatório.

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>> Dólar tem leve queda na sessão desta quarta-feira (7) ante real com cautela política

Assim, e principalmente se apoiando nas altas observadas em Chicago, as cotações voltaram a subir no Brasil nesta quarta. Entre as principais praças de comercialização do interior do país, mais uma vez, os ganhos passaram de 1%. 

Já nos portos, o dia foi de estabilidade entre as principais referências. A soja disponível fechou com R$ 69,10 em Rio Grande e R$ 69,50 por saca em Paranaguá. No porto de Santos, R$ 69,30. No caso da nova safra, R$ 73,00 tanto no terminal paranaense, quanto no gaúcho. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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