Argentina: mais de um milhão de hectares foram afetados por chuvas, diz Bolsa de Buenos Aires

Publicado em 13/04/2017 10:07

As inundações trouxeram transtornos para a Argentina nesse mês, causando um efeito flashback sobre as perdas nas colheitas há um ano - embora as temperaturas, mais frias, tenham reduzido o risco de doenças.

A produção de soja se encontra, portanto, novamente comprometida devido a abundantes chuvas registradas em plena janela de colheita. Durante o último final de semana, as chuvas superaram os 200mm em vários setores de Buenos Aires.

Considerando ainda que antes dessas chuvas ainda haviam extensas áreas alagadas em La Pampa, sul de Córdoba, sul de Santa Fe e setores do noroeste argentino, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA) chegou ao número de mais de um milhão de hectares afetados.

Tandil, em Buenos Aires. Foto postada por @PecoAz no Twitter

A magnitude das perdas irá depender ainda da evolução do clima a curto prazo, como lembra a Bolsa, mas a situação coloca em risco a produção nacional.

Feito isso, a BCBA mantém sua estimativa de 56.500.000 toneladas para a safra de soja do país, mas diminui as possibilidades de alcançar um volume superior ao final da campanha em função do alto rendimento das lavouras.

Tabela com área de soja na Argentina. A primeira coluna mostra o país dividido em Zonas. A segunda, a área plantada (sembrada). Na terceira, a área perdida e na quarta, a área apta para colheita (cosechable)

Os primeiros rendimentos colhidos sobre o centro da região agrícola superavam as expectatuvas iniciais. Até a data, o avanço da colheita foi de 7,8% a nível nacional, com um progresso intersemanal de 1,8% e um atraso de -6,2% em relação ao ano passado. A média nacional, até o momento, está em 3620 quilos (60 sacas) por hectare e o volume parcial acumulado supera os 5,1 milhões de hectares.

Saiba o que ocorreu

Durante o final de semana passado, vários setores da província de Buenos Aires acumularam médias de chuvas de 200mm que geraram o alagamento de lotes e o transbordar de rios, provocando perdas na área plantada e atrasando a colheita de quadros que se encontravam em maturação fisiológica.

Sancti Spiritu, em Santa Fe. Foto postada pelo Infocampo.com.ar

Foram apontados ainda progressos de colheita em setores de Córdoba, centro e norte de Santa Fe e em menor medida em Entre Ríos, onde as chuvas acumuladas foram de menor intensidade. Os rendimentos levantados durante os dias anteriores mantêm a tendência altista registrada no último informe da BCBA.

A Bolsa ainda aponta que o atual atraso na colheita também é explicado por uma maior proporção de plantios de segunda etapa em amplos setores do centro da região agrícola nacional - consequência de uma maior área destinada ao cultivo de trigo.

Por último, as baixas temperaturas logo após as tempestades reduziram as chances de registrar enfermidades em ambientes de alta umidade, como foi o caso durante abril do ciclo anterior.

Arrecifes, em Buenos Aires. Foto postada no Twitter por @jacutain

Por: Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Soja retoma fôlego em Chicago, fecha em alta e favorece preços nos portos do Brasil nesta 2ª
Soja se desenvolve bem em Assis Chateaubriand/PR e expectativa é de boas margens
Soja caminha de lado em Chicago nesta 2ª feira, mas atenta às baixas do óleo
Hedgepoint atualiza cenário global do mercado de soja
Agrural: Plantio de soja chega a 80% da área no Brasil
Soja/Cepea: Clima favorece semeadura, e colheita pode ser recorde
undefined