INTL FCStone calcula crescimento ainda maior na produção de soja 2016/17 para 111,6 mi ton

Publicado em 04/04/2017 10:18
O número é 2,8% superior à estimativa de março; já produtividade média do país aumenta para 3,32 toneladas por hectare na atualização da consultoria

Com previsões de rendimentos recordes em vários estados, a consultoria INTL FCStone elevou ainda mais sua expectativa para a produção brasileira de soja no ciclo 2016/17. De acordo com a revisão de abril, o país deve produzir 111,6 milhões de toneladas da oleaginosa, aumento de 2,8% frente ao número de março calculado pelo grupo.

“Tanto os estados do Centro-Oeste, quanto o Paraná apresentaram resultados surpreendentes e o Rio Grande do Sul e as regiões do MATOPIBA – Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – também prometem produções excelentes”, destaca a Analista de Mercado da INTL FCStone, Ana Luiza Lodi. A produtividade média para o país foi elevada para 3,32 toneladas por hectare, contra as 3,25 toneladas por hectare estimadas na revisão de março.

Diante do contexto de produção recorde, os estoques de soja no mercado brasileiro devem alcançar níveis muito confortáveis, de quase 9 milhões de toneladas. O cálculo considera a estimativa de exportações em 60 milhões de toneladas e um uso total de 104,4 milhões de toneladas de oleaginosa. “Esse balanço mais folgado pode acabar sofrendo mudanças dependendo do andamento da safra norte-americana, que começa a ser plantada”, pondera Ana Luiza.

Safra recorde e incertezas após “Carne Fraca”

Para o milho, a INTL FCStone manteve suas estimativas de produção, totalizando 93,3 milhões de toneladas. Na primeira safra, a produtividade média para o Brasil está estimada em 5,51 toneladas por hectare, enquanto para a segunda safra está em 5,41 toneladas por hectare.

“A primeira safra foi bastante benéfica para o milho, alcançando-se potenciais produtivos elevados, com destaque para os estados da região Sul, onde se concentra a maior parte da safra no verão”, explica a Analista de Mercado da consultoria, Ana Luiza Lodi.

Para a ‘safrinha’, o desenvolvimento das lavouras tem corrido de forma satisfatória, além de grande parte do plantio ter sido realizado dentro da janela ideal. “Mesmo assim, o clima continua sendo acompanhando de perto, uma vez que as chuvas não têm sido muito regulares e as precipitações em abril ainda são muito necessárias às plantas, principalmente ao que foi semeado um pouco mais tarde”, lembra Ana Luiza.

Diante das perspectivas de safra recorde para o milho no ciclo 2016/17, os estoques finais podem atingir níveis muito elevados, de 18,8 milhões de toneladas. Há preocupações pelo lado da demanda, uma vez que o cenário cambial não está favorável às exportações de milho. Além disso, a operação “Carne Fraca” da Polícia Federal também trouxe dúvidas em relação ao consumo doméstico do cereal, que pode acabar afetado pelas consequências da investigação.

Fonte: INTL FCStone

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