Preços da soja no Brasil avançam lentamente e retração vendedora continua; CBOT fecha estável

Publicado em 08/03/2017 17:51

Os preços da soja precisam de combustível para começarem a registrar oscilações mais significativas e para movimentar os negócios no mercado brasileiro. As vendas seguem paradas, escassas e o produtor nacional está sem pressa para vender o que resta da safra 2016/17. 

No interior do Brasil, algumas praças de comercialização pegaram carona na alta de mais de 1% do dólar frente ao real nesta quarta-feira (8) para também subir, como Ubiratã e Londrina no Paraná. Na contramão, recuaram os preços nas praças do Rio Grande do Sul e em Cascavel, no oeste paranaenense. Nestes estados, as referências variam de R$ 61,50 a R$ 69,50 por saca. 

No Centro-Oeste, com valores entre R$ 56,00 e R$ 68,00 por saca, os preços se mantiveram estáveis nesta quarta, com exceção de Rio Verde, em Goiás, onde o preço cedeu 1,64% e foi a R$ 60,00. Já em Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, o preço subiu 0,8% e fechou o dia com R$ 63,00. 

Nos portos, onde os preços estão ainda mais ligados ao dólar, as altas foram mais expressivas. Porém, ainda pouco expressivos para o ritmo da comercialização. No terminal de Paranaguá, disponível e mercado futuro subiram 1,39% para encerrar o dia com R$ 73,00. Em Rio Grande, avanço de 1,39% para R$ 73,00 e de 1,35% no futuro, para R$ 75,00 por saca. Ganhos foram observados também em Imibituba, Santa Catarina, e Santos, em São Paulo. 

E essa retração vendedora poderia, inclusive, comprometer os volumes exportados nos próximos meses pelo Brasil. "Como os produtores não estão vendendo, há poucas chances de vermos os números destes próximos dois meses se aproximarem dos níveis do ano passado. Lembrando que abrirl de 2016 foi de recorde histórico de embarque mensal", explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. 

Mercado Internacional

No pregão desta quarta-feira, o mercado da soja fechou o pregão em queda na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa encerraram o dia perdendo pouco mais de 3 pontos - ou algo entre 0,34% e 0,37% - com o vencimento maio/17 encerrando os negócios com US$ 10,21 por bushel. 

Durante todo o dia, o mercado internacional atuou com estabilidade e se preparando para o novo boletim mensal de oferta e demanda que chega nesta quinta-feira (9) pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). É esperada uma revisão na safra da América do Sul, especialmente do Brasil, bem como dos estoques finais globais e norte-americanos.

As condições no Brasil são bastante favoráveis e os números projetados para a nova safra são, portanto, maiores do que os apresentados no reporte de fevereiro. A média das expectativas do mercado é de 106,1 milhões de toneladas, enquanto as mesmas variam de 105 milhões a 108 milhões de toneladas. No boletim anterior, foram estimadas 104 milhões. Além disso, a colheita deste ano é bem maior ainda do que a anterior, de 96,5 milhões de toneladas. 

Leia mais:

>> USDA pode revisar para cima safras de soja e milho do Brasil no reporte desta 5ª

Na ponta da demanda, a China segue sendo o principal destaque, mesmo com suas margens de esmagamento recuando neste momento. Em fevereiro, suas importações somaram 5,54 milhões de toneladas, o maior volume para este mês desde 2010. Em relação a fevereiro do ano passado, o aumento foi de 23%. 

"A demanda de esmagamento ainda está razoavelmente forte e a capacidade de esmagamento têm continuado a crescer, o que é uma continuação da tendência de janeiro", disse Monica Tu, analista da Shanghai JC Intelligence Co.

Leia mais:

>> Importações de soja pela China crescem 23% em fevereiro 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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