Soja: Carente de novidades, Chicago fecha 2ª feira estável e preços no BR permanecem longe do almejado

Publicado em 06/03/2017 17:42

O mercado internacional começou o dia em alta na sessão desta segunda-feira (6), porém, voltou a se estabilizar e encerrou os negócios com ligeiras baixas nas primeiras posições, enquanto as demais ficaram sem oscilações. Assim, o vencimento março/17 fechou o dia com US$ 10,26 e o maio/17, referência para a safra brasileira, com US$ 10,37 por bushel. 

Para a formação dos preços no Brasil, a estabilidade em Chicago foi amenizada pela alta do dólar - a moeda americana fechou com R$ 3,1270 e ganho de 0,39% - e o espaço para o avanço das cotações da soja nacional. 

Assim, a segunda fechou estável também no mercado nacional. Os preços no interior do Brasil terminaram o dia sem movimentação, bem como o valor da saca nos portos. As referências nos terminais de exportação seguem variando entre R$ 73,00 e R$ 75,00. E com esses valores, os negócios permanecem travados. 

Bolsa de Chicago

"Estamos carentes de notícias novas revelantes. As que temos já são conhecidas", diz o diretor da Labhoro Corretora, Ginaldo de Sousa. "Precisamos de um fato importante para manter o mercado acima dos US$ 10,50", complementa o executivo, explicando a pouca movimentação das cotações nesta primeira sessão da semana. 

Os fundamentos - principalmente os de uma super safra da América do Sul e da força da demanda - já são bem conhecidos, bem como, entre os fundos, o quadro também é o mesmo, com os investidores ainda bastante comprados na commodity. O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou, nesta segunda, embarques semanais de soja acima do esperado e nem isso foi suficiente. 

Na semana encerrada em 2 de março, os EUA embarcaram 921,779 mil toneladas de soja em grão, conrra 706,267 mil da semana anterior e acima do intervalo esperado pelos traders de 540 mil a 730 mil toneladas. No acumulado da temporada, os embarques já somam 44.312,383 milhões de toneladas, contra 39.701,257 milhões do mesmo período do ano comercial anterior.

Assim, sem novidades, os fundos aproveitaram as altas marcadas mais cedo para realizar as vendas de parte de suas posições, pesando sobre as cotações. 

Na sequência, o mercado internacional deve se voltar para a nova safra dos Estados Unidos. "O mercado ainda tem alguns dias arbitrando sobre a safra do Brasil, da América do Sul, e aí sim se volta para a dos Estados Unidos", afirma o consultor de mercado Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios. 

Além disso, chega no próximo dia 31 de março o primeiro boletim oficial de intenção de plantio no país, com informações oficiais sobre a área a ser cultivada na safra 2017/18, o que também deve mexer com o andamento das cotações. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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