Soja: Referência junho tem R$ 75,00 em Rio Grande com dólar estável e Chicago ainda em alta

Publicado em 01/03/2017 14:21

O mercado brasileiro da soja volta aos negócios nesta quarta-feira, 1º de março, e começa a semana somente com preços nominais e algumas referências nos portos. No terminal de Rio Grande, no início da tarde de hoje, a oleaginosa disponível valia R$ 73,00 por saca e, no mercado futuro, R$ 75,00. Embora o trabalho no campo não tenha parado em nenhum dos dias do feriado - já que a colheita está em seu pico - os negócios no país ficaram ainda mais escassos, uma vez que faltava a referência do câmbio para a formação dos preços, e os vendedores se mantiveram ainda mais na defensiva. 

E hoje, a moeda americana trabalhando com certa estabilidade, testando uma pequena alta de 0,15% e sendo negociada próxima dos R$ 3,12 também não ampliava ainda o espaço para uma retomada das cotações no mercado nacional. A divisa, segundo reportou o G1na retomada dos negócios, acompanhava a valorização do dólar no exterior diante de uma possibilidade ainda mais consistente de uma alta dos juros nos Estados Unidos sinalizado pelo Federal Reserve. 

"Os negócios novamente estarão escassos, mas a colheita seguirá em ritmo forte. Muitas lavouras estão chegando ao ponto de serem colhidas e o produtor não pode deixar pra amanhã o que pode ser colhido hoje", explica Vlamir Brandalizze. Para o consultor da Brandalizze Consulting, esse ainda deverá ser o ritmo dos negócios durante esta semana. 

Bolsa de Chicago

Na Bolsa de Chicago, as cotações seguiam trabalhando em campo positivo na tarde desta quarta. Por volta de 13h40 (horário de Brasília), os futuros da commodity subiam entre 4 e 5,50 pontos, com o março/17 valendo US$ 10,30 e o maio/17, US$ 10,41 por bushel. Mais cedo, os ganhos passavam dos 9 pontos nas posições mais negociadas. 

Parte dos ganhos, segundo analistas internacionais, ainda vem das especulações sobre o último discurso do presidente americano, Donald Trump. Os traders lêem em suas entrelinhas e encontram espaço para o avanço das cotações. Um dos principais pontos observados foi na questão dos biocombustíveis. Trump poderia ter dado uma pista de que em sua nova política teria assinado uma ordem de aumento no uso de biocombustíveis, um dia depois de um pregão intenso e de fortes altas para a soja e os grãos na CBOT. 

"Já sabemos algo com certeza? Não! Os mercados estão trabalhando em cima de manchetes e rumores hoje? Sim!", diz o executivo da CHS Hedging, Joe Lardy, ao portal Agrimoney. As informações, entretanto, não foram claras e, por isso, o movimento de avanço dos preços, ainda segundo analistas internacionais, pode ter alguma fragilidade. 

No paralelo, o mercado internacional da soja ainda se mantém atento também a seus fundamentos, principalmente a disputa por área nos Estados Unidos. As principais expectativas são de um aumento da área de soja no país, em detrimento do milho e do trigo, porém, com uma produtividade menor do que a da safra 2016/17 e, consequentemente, com uma colheita que também deverá ficar aquém da temporada anterior. 

Na América do Sul, a safra caminha para se concluir de forma bastante satisfatória. As condições de clima favorecem a colheita no Brasil e, na Argentina, a conclusão das lavouras na maior parte das principais regiões produtoras. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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