Corte em taxa deve elevar plantio de soja na Argentina

Publicado em 03/01/2017 07:06

BUENOS AIRES (Reuters) - A Argentina vai começar um corte gradual na taxa sobre exportação de soja que irá totalizar 12 pontos percentuais até 2020, quando o imposto será de 18 por cento, disse o governo nesta segunda-feira, em um movimento que deverá impulsionar um maior plantio no país sul-americano, uma potência global na produção de grãos.

Em decreto publicado nesta segunda-feira, o governo apresentou um plano para cortar em 0,5 ponto percentual a cada mês os impostos de exportação em 2018 e 2019. Em 2017, a taxa ficará em 30 por cento, após ter sido reduzida ante um patamar original de 35 por cento logo após a posse do presidente Mauricio Macri.

A redução da taxa sobre as exportações em 2018 e 2019 deverá incentivar os produtores a plantar mais soja, talvez em detrimento de outras culturas como o milho e girassóis, disse o analista chefe da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, Esteban Copati.

"Isso também pode dar um respiro para a produção em uma área com crescimento marginal entre o nordeste e o noroeste da Argentina. Uma maior área plantada pode elevar nossa produção nacional e gerar um maior excedente para ser exportado", afirmou Copati.

O plano original de Macri era cortar a taxa de exportação da soja em mais 5 por cento em 2017, com uma redução adicional de 5 por cento ao ano depois disso. Mas a ideia foi deixada de lado após o governo se dar conta da situação financeira do país.

A redução de 0,5 ponto percentual ao mês na taxa de exportação em 2018 e 2019 será válida também para o imposto de 27 por cento cobrado sobre as exportações de óleo de soja e farelo de soja.

A Argentina é a principal exportadora global de óleo e farelo de soja e a terceira maior em soja em grãos, atrás de Brasil e Estados Unidos.

Pouco após o início de seu mandato, em dezembro de 2015, Macri passou a permitir a livre flutuação cambial do peso argentino e eliminou taxas de exportação sobre o milho e o trigo. Mas para alcançar sua meta de um déficit de 4,2 por cento do PIB em 2017, ele reduziu o impacto de algumas de suas reformas para liberalização da economia.

(Por Hugh Bronstein e Maximilian Heath)

Fonte: Reuters

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