Sojicultores do MS estão preocupados com a escassez de chuva e uma “falsa virose”

Publicado em 16/11/2016 06:24

Chuvas abaixo da média e um fenômeno fisiológico raro no Estado - é mais comum no Paraná e Sul do Brasil- são os destaques no atual estágio da safra de soja em Mato Grosso do Sul.

A área plantada se aproxima dos 100% com algum atraso apenas no norte do Estado, e a preocupação maior hoje é com a necessidade de precipitações mais intensas e prolongadas, uma vez que as plantas estão crescendo e atingem patamares que exigem mais água, umidade e nutrientes.

Falsa Virose é o nome do fenômeno que assustou diversos agricultores que viram suas lavouras de soja ficarem com aspecto feio. O fenômeno é causado por baixas temperaturas na lavoura, o que aconteceu de forma surpreendente no final do mês de outubro, mais precisamente no dia 28, quando a temperatura atingiu 8.9 graus e no dia 29, atingiu 8.1 graus em Rio Brilhante. Isso fez com que as folhas da soja ficassem enrrugadas e caídas, num aspecto que assustou os sojicultores que correram para ouvir os pesquisadores da Embrapa Agropecuária Oeste, de Dourados. 

Conforme explicou à reportagem o pesquisador Rodrigo Arroyo Garcia, esse distúrbio fisiológico não é nada comum se registrar em Mato Grosso do Sul. Isso porque, normalmente, as últimas frentes frias se verificam no final de setembro ou início de outubro, quando a soja ainda está sendo plantada ou está recém-plantada e não sofre nada com o fenômeno.”Este ano foi atípico registrarmos temperaturas abaixo de 10 graus no final de outubro”, analisou o pesquisador. De qualquer forma, esse fato representou apenas um susto aos produtores, uma vez que a Falsa Virose na realidade não causa nenhum dano às plantas que, com o desenvolvimento da cultura nas lavouras, recupera o vigor das folhas e da planta como um todo.

ESCASSEZ DE CHUVA

Durante o mês de outubro as chuvas até foram razoáveis no Estado, com uma distribuição satisfatória. Mesmo naquelas regiões onde não choveu o necessário, isso não chegou a causar maiores preocupações porque a soja estava brotando e é uma fase que não exige tanta água como na fase atual, quando as plantas já estão maiores e exigem mais nutrientes e mais água para conseguir florescer.

O que está acontecendo é que nos primeiros 10 dias do mês de novembro choveu pouco, especialmente na região sul do Estado. Para exemplificar o que está acontecendo, o pesquisador da Embrapa mostrou dois dados importantes sobre as precipitações: em Dourados havia chovido até a última quarta-feira apenas 15.8 milímetros; em Rio Brilhante, por sua vez, as precipitações foram ainda menores. Choveu apenas 6.8 milímetros até o dia nove. Segundo Rodrigo Arroyo, normalmente a média de precipitações na região no mês de novembro é de 170 milímetros. Até o dia 15, pela lógica, teria que chover a metade, ou seja, aproximadamente 85 milímetros. Como se constata, as precipitações, pelo menos até o último dia 10, estavam bem abaixo do necessário.

A partir de agora, as lavouras de soja entram na fase de florescimento e, por isso, vai ser necessário muito mais água no solo, um volume bem maior de precipitações. Havia previsão de bom volume de chuva para este fim de semana.

HORA DE MONITORAR

Com o florescer das plantas da soja a partir de agora, os cuidados passam a ser redobrados com a fitossanidade. Normalmente, é a fase que começam a aparecer as lagartas nas plantas de soja. Se as chuvas realmente chegarem com intensidade, também pode aparecer a ferrugem, uma doença bem séria caso não seja detectada a tempo. É a fase em que os produtores e seus empregados devem estar alerta e fazer um trabalho sério de acompanhamento das lavouras, o monitoramento diário e permanente das plantas, para identificar, por exemplo, a ação das lagartas, mas principalmente, o surgimento da ferrugem asiática da soja que precisa ser combatida na fase inicial, sob pena de exigir muito mais em aplicações de defensivos, aumentando os custos de produção da lavoura.

Leia a notícia na íntegra no site Correio do Estado.

Fonte: Correio do Estado

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