Soja segue encontrando suporte na demanda e opera em alta na CBOT; preços no BR têm estabilidade

Publicado em 03/11/2016 13:00

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou seu novo reporte semanal de vendas para exportação e, mais uma vez, os números da soja surpreenderam e superaram as expectativas do mercado, reforçando a força da demanda pela oleaginosa norte-americana neste momento. 

Os EUA venderam 2.574,1 milhões de toneladas de soja em grão - a maior parte para a China -, contra um intervalo esperado pelo mercado de 1,25 milhão a 1,6 milhão de toneladas. E assim, o acumulado na temporada chega a 36.126,4 milhões de toneladas, contra 27.802,1 milhões do mesmo período da anterior. Assim, as vendas da safra presente já são 24% maiores. 

Entretanto, a reação das cotações na Bolsa de Chicago foram tímidas diante dos dados e o mercado manteve sua estabilidade na sessão de hoje. Os futuros da oleaginosa, por volta das 13h45 (horário de Brasília), subiam apenas pouco mais de 3 pontos, com apenas o contrato maio/17 - referência para a safra do Brasil - acima dos US$ 10,00 por bushel e sendo negociado a US$ 10,02. Já o novembro/16, o mais importante deste momento, valia US$ 9,79. 

"Sim, os estoques podem subir no reporte deste mês, mas eu acredito que eles (o mercado) também precisa saber que a demanda está subindo, especialmente considerando os dados de esmagamento e exportações", explica Mike Zuzolo, analista da internacional Global Commodity  Analytics em entrevista ao Agrimoney sobre a atual força e presença intensa da demanda no mercado.

Além disso, o departamento americano reportou, também nesta quinta, novas vendas da soja norte-americana. Foram 120 mil toneladas da safra 2016/17 para destinos não revelados. 

Ao mesmo tempo, segundo explicam analistas internacionais, os traders - que já conhecem esse potencial da demanda - se atentam ainda à conclusão da safra americana - o que veio pressionando as cotações nos últimos dias com o bom avanço da colheita nos EUA - e também já começam a refletir as especulações sobre o novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA traz na quarta-feira próxima, 9 de novembro. 

Mercado Nacional

No Brasil, os negócios ainda são pontuais e os atuais patamares de preços seguem sem atrair os vendedores para novas operações. A comercialização, portanto, caminha ainda a passos lentos. 

Nesta quinta, os preços nos portos apresentam leves oscilações, uma vez que, as leves altas que são registradas na Bolsa de Chicago acabam sendo neutralizadas pelo recuo do dólar frente ao real. No terminal de Rio Grande, o produto disponível subia 0,65% para alcançar os R$ 78,00 por saca, enquanto o mercado futuro mantinha estável a referência dos R$ 80,00. 

Segundo explicam analistas, a queda da divisa norte-americana,  ainda é reflexo da ansiedade e apreensão dos investidores, sobretudo, sobre as eleições nos Estados Unidos. 

"Hoje, o clima está mais calmo, mas o mercado está acompanhando essas eleições bem de perto", comentou à agência um profissional da mesa de câmbio de uma corretora nacional em entrevista à agência de notícias Reuters.

Assim, por volta de 14h, a moeda era cotada a R$ 3,23, com baixa de 0,29%. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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