Com força da demanda, soja encerra 2ª feira com forte alta e recupera nível de US$ 10/bu

Publicado em 24/10/2016 16:45

Em mais uma sessão de volatilidade, a demanda mostrou sua força e impulsionou os preços da soja praticados na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições da commodity fecharam a segunda-feira (24) com altas de 10 pontos, com valorização de pouco mais de 1%. Os contratos retornaram ao patamar de US$ 10,00 por bushel, com o janeiro/17 a US$ 10,02 por bushel e o março/17 a US$ 10,09 por bushel. Apenas o vencimento novembro/16 fechou o dia a US$ 9,92 por bushel.

As informações das agências internacionais destacam que, as cotações da oleaginosa encontram suporte na valorização registrada nos preços óleo de soja e também do óleo de palma. "E tivemos a China comprando o produto americano na semana passada. E também temos acompanhado os bons números dos embarques semanais, reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos)", afirma o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.

Ainda nesta segunda-feira, o USDA indicou os embarques semanais do grão em 2.739,744 milhões de toneladas, na semana encerrada no dia 20 de outubro. Mais uma vez, o número surpreendeu o mercado e ficou acima das apostas dos investidores, que estava entre 1,9 milhão e 2,5 milhões de toneladas.

O número também ficou acima do registrado na semana anterior, de 2.508,997 milhões de toneladas. No acumulado da temporada, os embarques do grão totalizam 10.454,187 milhões de toneladas, contra as 9.435,861 milhões de toneladas registradas no mesmo período do ano anterior.

Ainda na visão do consultor, a retração das vendas por parte dos produtores americanos também têm contribuído para a firmeza dos preços em Chicago. "Não tem vendedor no mercado nesse momento. Os agricultores esperam um valor próximo de US$ 10,50 por bushel para negociar o produto e ter rentabilidade", explica Brandalizze.

Oferta

Do lado da oferta, os participantes do mercado acompanham o andamento da colheita nos Estados Unidos. A perspectiva é que o USDA indique a colheita completa em 75% da área plantada nesta temporada. Na semana anterior, a colheita estava em 62% da área cultivada.

A partir de agora, o sentimento é que o mercado acompanhe mais de perto o desenrolar da safra na América do Sul. No caso do Brasil, até a última sexta-feira (21) em torno de 26,4% da área projetada para essa temporada já havia sido plantada, de acordo com dados da agência Safras & Mercado. O número está acima do registrado no mesmo período do ano passado, de 18,3%.

"Apesar da demanda aquecida, também temos uma oferta se consolidando. E, por enquanto, não temos um ambiente para preços próximos de US$ 12,00 por bushel. A não ser que tenhamos um problema climático na América do Sul, mas ainda é cedo para especular. Teremos que esperar até o final de novembro e início de dezembro para ver o comportamento do clima no Brasil e também na Argentina", alerta Brandalizze.

Mercado brasileiro

A forte queda do dólar acabou anulando as altas registradas na Bolsa de Chicago nesta segunda-feira. Consequentemente, as cotações da soja apresentaram leves oscilações no mercado brasileiro. Em Mato Grosso, nas praças de Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, o ganho foi de 2,86%, com a saca a R$ 72,00.

Em Ponta Grossa (PR), o ganho foi de 1,33%, com a saca a R$ 76,00. Já em Cascavel (PR), a alta ficou em 1,52%, com a saca da oleaginosa a R$ 67,00. No Oeste da Bahia, a alta foi de 1,15%, com a saca a R$ 65,75. Na região de Panambi (RS), o ganho foi de 0,82% e a saca a R$ 66,54.

No Paraná, em Londrina e Ubiratã, a alta foi de 0,76%, com a saca a R$ 66,50. Em contrapartida, em Sorriso (MT), a queda foi de 0,70%, com a saca a R$ 70,50 e em Jataí (GO), recuo de 0,31%, com a saca a R$ 64,80. Os preços permaneceram estáveis nos portos brasileiros nesse início de semana. Em Paranaguá, a saca disponível ficou em R$ 75,50 e o valor futuro em R$ 75,00. No terminal de Rio Grande, o preço disponível ficou em R$ 74,00 e o futuro em R$ 77,50.

Dólar

A moeda norte-americana caiu 1,26% nesta segunda-feira (24) e encerrou o pregão a R$ 3,1207 na venda, menor patamar de fechamento desde 2 de julho de 2015. De acordo com a agência Reuters, o dólar foi pressionado "pelas fortes expectativas de entrada de recursos externos".

Veja como fecharam os preços nesta segunda-feira:

>> SOJA

Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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