Soja: Demanda aquecida garante mais uma semana de alta na CBOT e puxa preços nos portos
As principais posições da soja negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram a semana em campo positivo, com valorizações de mais de 2%, segundo levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes. Somente nesta sexta-feira (21), os preços da commodity subiram mais de 7 pontos e o contrato novembro/16 fechou o dia a US$ 9,83 por bushel. Já o janeiro/17 era negociado a US$ 9,92 por bushel, enquanto o maio/17 trabalhava a US$ 10,05 por bushel.
É consenso entre os analistas que, as cotações da oleaginosa ainda encontram suporte na demanda aquecida pelo produto americano. Ao longo da semana, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou três vendas do grão, somando 1.083,5 milhão de toneladas. Do total, cerca de 706,5 mil toneladas foram adquiridas pela China e o restante por destinos desconhecidos. Ambas as aquisições deverão ser entregues na temporada 2016/17.
O número das vendas semanais, divulgado nesta quinta-feira, também surpreendeu o mercado e ficou acima das perspectivas dos investidores. Na semana encerrada no dia 13 de outubro, as vendas de soja ficaram em 2.008,8 milhões de toneladas. Cerca de 2.008,5 milhões de toneladas são referentes à safra 2016/17 e o restante, de 300 toneladas, da safra 2017/18.
Até o momento, o volume acumulado na temporada é de 31.718,6 milhões de toneladas do grão. O número é 26% maior do que o registrado em igual período do ano anterior, de 25.189,5 milhões de toneladas. De acordo com a última projeção do USDA, no presente ano comercial as exportações de soja deverão ficar em 55,11 milhões de toneladas.
Ainda assim, a perspectiva de uma grande oferta nos Estados Unidos, quanto no mundo também influenciam as cotações em Chicago. Com cerca de 62% da área plantada nos Estados Unidos já colhida, a projeção é que a safra ultrapasse as 116 milhões de toneladas nesta temporada. Inclusive, já há rumores de que o USDA possa novamente revisar para cima a estimativa para a safra do país no boletim de oferta e demanda do mês de novembro.
Safra da América do Sul
Para o Brasil, os participantes do mercado observam o comportamento do clima e a evolução do plantio nas principais regiões produtoras. Segundo dados da Labhoro Corretora, nos próximos 8 dias, as chuvas deverão ficar entre 35 e 90 mm, com maiores acumulados na região Centro-Oeste. No Tocantins, o volume deverá ficar próximo de 40 mm.
No caso da Argentina, o foco ainda está na retirada dos impostos para exportação do grão. Ainda essa semana, o presidente do país, Maurício Macri, voltou atrás e manteve a redução de 5% das retenciones para algumas regiões produtoras no país em 2017.
Mercado brasileiro
No mercado doméstico, as cotações da soja apresentaram leves oscilações ao longo da semana, ainda conforme levantamento do Notícias Agrícolas. O preço subiu 0,76% em Cascavel (PR), com a saca do grão a R$ 66,00, já em Jataí (GO), o ganho foi de 0,62%, com a cotação a R$ 65,00 a saca.
Na contramão desse cenário, os valores recuaram 2,78% nas praças de Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, ambas em Mato Grosso. O preço ficou em R$ 70,00. Em Não-me-toque (RS), a queda foi de 2,26%, com a saca a R$ 65,00 e em Panambi (RS), o preço ficou em R$ 66,00, com perda de 2,22%.
No Porto de Paranaguá, os preços subiram essa semana. O valor futuro apresentou valorização de 4,67%, com a saca a R$ 78,50. Já o disponível registrou ganho de 1,97%, com a saca R$ 77,50. No terminal de Rio Grande, o preço disponível caiu 0,27% e a saca fechou a semana a R$ 74,00, o valor futuro ficou em R$ 77,50 a saca, com leve ganho de 0,78%.
Em Santos, o ganho foi de 2,20%, com a saca da soja a R$ 78,80. No Porto de Imbituba (SC), a queda ficou em 1,28%, com a saca do grão a R$ 77,00.
Nesse instante, os analistas destacam que, os produtores rurais estão mais focados no plantio da safra 2016/17. "Até o momento, a perspectiva é que entre 24% a 25% da safra 2016/17 tenha sido negociada antecipadamente. "Os agricultores estão na defensiva, e vendem apenas em uma necessidade", disse o consultor de agronegócios, Flávio França Junior em entrevista ao Notícias Agrícolas.
Dólar
A moeda norte-americana encerrou o dia a R$ 3,1606 na venda, com alta de 0,69%. O câmbio acompanhou o desempenho da moeda no exterior e devolveu parte das recentes quedas observadas. Segundo a Reuters, na semana o dólar caiu 1,37%.
Confira como fecharam os preços nesta sexta-feira:
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