Soja: Mercado fecha em alta em Chicago e preços no Brasil testam novos patamares nesta 2ª feira

Publicado em 19/09/2016 17:17

A segunda-feira (19) foi positiva para os preços da soja praticados na Bolsa de Chicago e os futuros da oleaginosa terminaram o dia subindo entre 6,50 e 8 pontos nas posições mais negociadas e com o novembro/16 cotado a US$ 9,72 por bushel. Já o vencimento maio/17, que é referência para a safra do Brasil, encerrou o pregão valendo US$ 9,81. 

Com esse avanço, os preços da soja no mercado brasileiro encontraram espaço para também dar início à semana em campo positivo. Em Paranaguá e Rio Grande, o produto disponível subiu, respectivamente, 0,63% e 0,13% para R$ 80,00 e R$ 78,40 por saca. No terminal gaúcho, o produto subiu ainda no mercado futuro - 0,51% - para teminar o dia com R$ 79,30. 

No interior brasileiro, algumas praças de comercialização também registraram leves altas nesta segunda, como São Gabriel do Oeste/MS, com 1,43% para R$ 71,00 por saca, ou Campo Novo do Parecis/MT, 1,39% para R$ 73,00 e Não-Me-Toque/RS, com alta de 0,73% para R$ 69,00 por saca. 

Além dos ganhos em Chicago, afinal, o dólar - que começou o dia em campo negativo - voltou a subir frente à moeda brasileiro e ajudou a estabelecer o movimento positivo em algumas regiões. A divisa fechou com ligeira alta, mas já abaixo dos R$ 3,30 observado nos últimos dias. E o quadro mais favorável poderá permitir a realização de negócios mais vantajosos nesse momento para os produtores brasileiros.

"O mercado da soja, nesta nova semana, poderá trazer os compradores de volta para se abastecer e conseguir escala para trabalhar nos próximos meses, e outras indústrias apontando que terão que parar de esmagar mais cedo porque não terão matéria-prima. Assim, começam a abrir os olhos para aquelas que seguirão em atividade para atender a demanda por farelo e óleo, apostando em alta nestes para os próximos meses", explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. 

O foco dos sojicultores, entretanto, não se desvia do início do plantio da temporada 2016/17, a qual deverá exigir cautela e escalonamento dos trabalhos de plantio, uma vez que as condições para o início do plantio se mostram ainda bastante irregulares. 

“Os agricultores não podem correr o risco de ficar com a semeadura acumulada para o final de outubro e com possibilidade de chuvas para a colheita, entre o final de fevereiro e começo de março. E nem comprometer a janela ideal de cultivo do milho safrinha”, explica Leonildo Barei, vice-presidente do Sindicato Rural de Sinop, em entrevista ao Notícias Agrícolas. Na região, o valor da soja varia entre R$ 72,00 e R$ 74,00 por saca. 

Mercado Internacional

No mercado internacional, o combustível para as altas deste início de semana vêm das chuvas que chegam ao Meio-Oeste americano, podendo comprometer os trabalhos de colheita em importantes regiões produtoras de grãos do país. Ao longo do dia, os futuros da oleaginosa chegaram a subir mais de 11 pontos. 

Durante o último final semana, foram registradas chuvas fortes na metade sul da região produtora norte-americana e, no início desta semana elas deverão voltar a subir pelo Meio-Oeste antes que uma nova frente se mova para o oeste, de acordo com o que noticiou o portal internacional Farm Futures.

Nos próximos 7 dias, de acordo com informações do NOAA, o departamento oficial de clima dos Estados Unidos, as chuvas no coração do Corn Belt podem alcançar de 25,4 mm a 254 mm. 

Chuvas nos próximos 7 dias nos EUA - Fonte: NOAA

"A possibilidade de atraso na colheita por conta das chuva, bem como as previsões que indicam a chegada de mais precipitações nos próximos dias para a maior parte do Meio-Oeste têm dado suporte ao mercado", afirma Bob Burgdorfer, analista de mercado do Farm Futures. E este padrão de tempo mais úmido deverá durar, segundo o Commodity Weather Service, ainda por algumas semanas. 

Ao mesmo tempo, as perspectivas de uma retomada mais forte do ritmo da demanda chinesa após o feriado do Festival de Outono na nação asiática também favorece o avanço das cotações. O início da nova safra 2016/17 no Brasil também vem ganhando cada dia mais espaço entre os negócios no cenário internacional. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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