Soja: Após perdas recentes, mercado inicia 6ª feira próximo da estabilidade em Chicago
Após as fortes quedas registradas no dia anterior, as cotações futuras da soja negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram a sexta-feira (26) com leves quedas, próximas da estabilidade. As principais posições da oleaginosa exibiam ligeiras perdas, entre 0,50 e 1,50 pontos, por volta das 8h06 (horário de Brasília). O vencimento setembro/16 era cotado a US$ 9,96 por bushel, enquanto o novembro/16 trabalhava a US$ 9,75 por bushel.
"O mercado de soja está sob pressão, dado que excelentes contagens de vagens foram relatadas pelo Crop Tour pro Farmer", disse Tobin Gorey do Commonwealth Bank of Australia. Ao longo dessa semana, foram divulgados números sobre a produção americana nos principais estados produtores. E, no caso da oleaginosa, as informações vindas dos campos confirmam as boas condições das lavouras e a perspectiva de uma safra recorde que, pode inclusive, superar as 110 milhões de toneladas estimadas oficialmente.
Contudo, os analistas ainda ressaltam que a demanda permanece firme e tem potencial para fazer com as cotações da oleaginosa retornem ao patamar de US$ 10,00 por bushel. Benson Quinn Commodities disse que "grande demanda ainda se esconde sob o mercado". Com isso, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) provavelmente no seu próximo relatório de oferta e demanda mensal pode cortar sua estimativa para os estoques de soja dos EUA no final de 2015/16, conforme ponderam os especialistas.
Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:
Diante da perspectiva de boa safra nos EUA, soja despenca 30 pts na CBOT e pressiona preços no Brasil
As principais posições da soja negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram a sessão desta quinta-feira (25) em forte queda. Durante o dia, os vencimentos da commodity estenderam o movimento negativo e fecharam o pregão com perdas entre 27 e 32,50 pontos, equivalente a uma desvalorização de quase 3%. Os contratos da oleaginosa perderam o patamar dos US$ 10,00 por bushel, o novembro/16 era cotado a US$ 9,75 por bushel, enquanto o março/17 era negociado a US$ 9,76 por bushel.
Os bons números reportados pelo Crop Tour Pro Farmer sobre o andamento da safra americana de soja foram os responsáveis pela queda registrada hoje, conforme ressaltam as agências internacionais. No Sudoeste de Iowa, a contagem de vagens por amostragem ficou em 1.380,97. O número representa um aumento de 6,5% em relação ao ano passado, conforme dados divulgados no site Pro Farmer.
Já em Illinois, importante estado produtor de soja, o número está próximo de 1.318,09 vagens por amostragem, um ganho de 10,7% em relação ao ano de 2015. Em Minnesota, o número ficou 1.098,0 vagens por amostragem, levemente abaixo do registrado no ano passado, de 1.152,4 vagens por amostragem. Porém, o número está acima da média dos últimos três anos, de 1.077 vagens por amostragem.
"Essa semana temos o reporte dos números do Crop Tour indicando uma boa safra no país. E esse fator tem potencial para pressionar um pouco mais os contratos da soja, que estão precificando a perspectiva de grande produção. Mas, por outro lado, temos a demanda, que ainda deve ajudar os preços", disse Jack Scoville, vice-presidente da Price Group, em entrevista ao Notícias Agrícolas.
Jason Ward, Diretor de Grãos e Energia, disse que o mercado está digerindo as maiores perspectivas de produção de soja dos EUA. "Além disso, o lado técnico do mercado de soja que está mostrando várias tentativas fracassadas de superar o patamar de US$ 10,20 por bushel na posição novembro/16. As tentativas falhadas gerou realização de lucros por especuladores que estão mantendo posições longas de negociação", completa.
Além disso, o diretor acrescenta, "também estamos há 3 dias consecutivos sem ver as vendas de soja diárias. E temos todos esses números de contagem de vagens. Assim, a queda de braço entra a grande produção e demanda grande continua, e hoje a conversa produção está ganhando", reforça.
Contudo, Scoville ainda ressalta que a força da demanda pode voltar a impulsionar os preços e mantê-los no patamar de US$ 10,00 por bushel. "As cotações pode operar entre US$ 10,25 por bushel e US$ 10,50 por bushel, isso não será problema", sinaliza.
Ainda hoje, o USDA reportou novo boletim de vendas para exportação e, na semana encerrada no dia 18 de agosto, as vendas da soja somaram 2.054,7 milhões de toneladas do grão. Da safra velha, o número ficou em 115,1 mil toneladas. Já da nova temporada, o número ficou em 1.939,6 milhão de toneladas. No caso da safra 2016/17, o destaque das vendas foi para a China, com mais de 1 milhão de toneladas adquiridas.
Mercado interno
A forte queda registrada na Bolsa de Chicago também pesou sobre as cotações praticadas no mercado interno brasileiro. Nas principais praças pesquisadas pela equipe do Notícias Agrícolas, as cotações cederam nesta quinta-feira (25). Em Mato Grosso, nas regiões de Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, a desvalorização foi de 4,05%, com a saca da oleaginosa a R$ 71,00.
Em Sorriso (MT), o recuo foi de 2,67%, com a saca a R$ 73,00, já em São Gabriel do Oeste (MS), o preço ficou em R$ 73,50 a saca, com queda de 2%. Já no Paraná, o valor caiu 1,43% em Ubiratã e Londrina, com a saca da soja a R$ 69,00. No Oeste da Bahia, a queda foi de 0,25%, com a saca a R$ 67,50.
Nos Portos, as cotações também caíram hoje. Em Paranaguá, o preço da saca disponível ficou em R$ 82,00, com queda de 2,38%. O valor futuro ficou em R$ 78,00 e perda de 2,50%. No terminal de Rio Grande, o disponível fechou o dia a R$ 79,50, com queda de 2,45% e o futuro a R$ 78,50 e desvalorização de 2,24%.
Dólar
A moeda norte-americana encerrou o dia a R$ 3,2316 na venda, com ligeira alta, de 0,27%. Segundo informou a agência Reuters, os investidores evitaram grandes apostas antes do discurso da chair do Federal Reserve, Janet Yellen, que será feito nesta sexta-feira (26). Paralelamente, os investidores ainda acompanham o julgamento do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.