Com perspectiva de boa safra nos EUA, soja amplia perdas no pregão desta 4ª feira em Chicago

Publicado em 24/08/2016 13:25

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) ampliaram as perdas ao longo da sessão desta quarta-feira (24). As principais posições da oleaginosa registravam quedas entre 11,75 e 16,25 pontos, por volta das 12h59 (horário de Brasília). Apenas o vencimento setembro/16 mantinha o patamar de US$ 10,00 por bushel, cotado a US$ 10,22 por bushel. O novembro/16 operava a US$ 9,97 por bushel.

Apesar de o mercado estar sendo influenciado pelos fundamentos de oferta e demanda, as informações destacando a boa produção norte-americana de soja têm um peso maior nos preços nesse instante. Isso porque, diariamente estão sendo reportados dados dos campos americanos, reforçando a consolidação de uma safra recorde na temporada 2016/17.

Nesta quarta-feira, o Crop Tour Pro Farmer, um renomado tour que acontece anualmente no Meio-Oeste americano trouxe perspectivas da safra da oleaginosa para mais dois estados. No caso de Nebraska, a contagem de vagens está em 1.223,07 por amostragem, O que, segundo o site Pro Farmer, representa um aumento de 0,2% em relação ao ano anterior. Já a produtividade média das lavouras poderá ficar próxima de 65,77 sacas por hectare.

Em Indiana, o cenário é ainda mais positivo, uma vez que a contagem das vagens está em 1.178,41 por amostragem. Um crescimento de 7,8% em comparação com o ano passado, ainda conforme considerações dos sites internacionais. O rendimento médio deverá ficar próximo de 62,37 sacas de soja por hectare.

Ainda ontem, o tour trouxe números para Ohio e em torno de 1.055 vagens por amostragem, número abaixo do registrado em igual período do ano passado, de 1.125,3 vagens por amostragem. Já a média dos últimos três anos é de 1.250,4 vagens por amostragem. Já em Dakota do Sul, o número ficou em 970,6 vagens por amostragem. A média do ano anterior é de 1.055 vagens por amostragem.

Em contrapartida, a demanda pelo grão americano permanece extremamente aquecida e ainda dá suporte aos preços. "Temos um aumento entre 3% a 4% na demanda em comparação com o ano passado. Observamos, quase que diariamente, anúncios de vendas em bons volumes divulgadas pelo USDA. E também acompanhamos os embarques expressivos do grão", disse o economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter, em entrevista ao Notícias Agrícolas.

Mercado brasileiro

Mesmo com a queda em Chicago, as oscilações no câmbio ainda contribuíram para uma reação nos portos brasileiros. Em Paranaguá, a saca disponível de soja subiu 1,18% e era cotada a R$ 85,50, já o preço futuro tinha alta de 0,62%, com a saca a R$ 81,50. Em Rio Grande, o ganho no disponível é de 1,33%, com o valor da saca a R$ 83,50. O valor futuro está estável em R$ 81,00 a saca.

A moeda norte-americana era negociada a R$ 3,2386 na venda, com alta de 0,16%, por volta das 11h20 (horário de Brasília). Segundo o site G1, a moeda mantém a instabilidade depois do Congresso aprovar o texto-base do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2017, porém, os participantes do mercado ainda estão cautelosos antes do discurso da chair do Federal Reserve, Janet Yellen.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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