Soja: Na última sessão da semana, preços registram leves baixas na Bolsa de Chicago
Nesta sexta-feira (29), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago seguem trabalhando em campo negativo e, por volta de 8h50 (horário de Brasília), os principais vencimentos perdiam pouco mais de 4 pontos, levando o novembro/16 a ser negociado em US$ 9,72 por bushel. O primeiro vencimento - agosto/16 - voltava a perder os US$ 10,00 e era cotado a US$ 9,99 por bushel.
As especulações sobre o clima nos Estados Unidos continuam, porém, as perspectivas de uma grande safra na temporada 2016/17 continuam atraindo a atenção dos traders internacionais. Algumas casas particulares de consultoria acreditam que a produção possa chegar a 110 milhões de toneladas na melhor das possibilidades. A definição da safra se dará em agosto.
Ao lado do clima, as informações de demanda também ganham peso, principalmente frente à relação de vendas e embarques nos Estados Unidos. O volume de soja embarcada pelos norte-americanos ainda está distante do comprometido e o ritmo das operações chamam a atenção do mercado. O ano comercial 2015/16, afinal, se encerra em 31 de agosto. Além disso, novas vendas de soja em grão dos EUA foram anunciadas nesta semana e ajudaram a trazer algum suporte aos preços.
Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:
Soja volta a perder força e fecha em queda na CBOT; na contramão, preços sobem no BR nesta 5ª feira
Durante toda a sessão desta quinta-feira (28), o mercado da soja na Bolsa de Chicago atuou com estabilidade, porém, ao final dos negócios voltou a perder força e terminou em campo negativo. Os principais vencimentos fecharam o dia com baixas de 7 a 8 pontos, e o contrato mais negociado neste momento - novembro/16 - e que serve como referência para a safra americana foi a US$ 9,78 por bushel.
As condições climáticas no Meio-Oeste americano que não ameaçam a safra 2016/17 por enquanto - apesar da nova onda de calor prevista para a próxima semana - e os números fracos das vendas semanais norte-americanas reportadas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta quinta-feira pressionaram as cotações e limitaram o movimento de recuperação observado nas sessões anteriores.
Serão essas duas variáveis, no entanto, que continuarão a ser acompanhadas muito de perto pelos traders internacionais e os principais fatores de direcionamento para as cotações. "Com o clima não ameaçando a safra neste momento, o mercado vai acompanhar mais ainda a demanda e aguardar pelos modelos climáticos de agosto", disse o analista de grãos da U.S. Commodities, Jason Roose, em entrevista ao site internacional Agriculture.com.
Vendas semanais para exportação
Na semana encerrada em 21 de julho, houve um cancelamento nas operações de soja da safra 2015/16 de 1,4 milhão de toneladas. Apesar disso, o volume já comprometido supera em 2% o total da temporada anterior neste mesmo período. Da safra 2016/17, por outro lado, foram vendidas 678,2 mil toneladas. Assim, no balanço, as vendas totais ficaram em 676,8 mil toneladas, abaixo das expectativas do mercado de 850 mil a 1,2 milhão de toneladas.
Já as vendas de farelo de soja na semana encerrada em 21 de julho somaram 154,3 mil toneladas frente às projeções dos traders de 75 mil a 300 mil toneladas. Foram 79,2 mil da safra 2015/16, a maior parte destinada à República Dominicana, e 75,1 mil da 2016/17, com o México como maior comprador. Os EUA venderam ainda 6,5 mil toneladas de óleo de soja - a maior parte também para o México - com todo o volume referente ao ano comercial 2015/16.
Novas vendas
Por outro lado, o USDA trouxe ainda o anúncio de novas vendas nesta quinta-feira de 457 mil toneladas. Do total, 129 mil foram para a China, sendo 66 mil da safra 2015/16 e 63 mil da 2016/17. Além dessas, foram vendidas mais 328 mil para destinos não revelados, sendo 65 mil da temporada velha e mais 263 mil da nova.
Mercado Brasileiro
No Brasil, apesar das baixas registradas na Bolsa de Chicago, os preços voltaram a subir no interior do país e nos portos. Em Rio Grande, por exemplo, a soja disponível subiu 0,62% para R$ 81,50 por saca, enquanto no mercado futuro foi a R$ 79,50, com alta de 0,63%. Em Paranaguá, R$ 84,50 e R$ 81,50 por saca foram, respectivamente, as últimas referências no terminal, as quais permaneceram estáveis.
Já nas principais praças de comercialização os ganhos superaram 1% e chegaram até mesmo a alcançar os 8,22% em Avaré, em São Paulo, onde o preço foi a R$ 77,18 por saca. Em São Gabriel do Oeste/MS, ganho de 2,08% para R$ 73,50; em Tangará da Serra/MT, 1,43% para R$ 71,00 e Não-Me-Toque/RS, 1,43% para R$ 71,00 também. No link abaixo, confira as cotações completas desta quinta-feira:
Segundo explica o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities, o momento para o produtor brasileiro é de acompanhamento do mercado internacional para que as melhores oportnidades que possam vir a surgir possam ser bem aproveitadas.
Dólar
Parte do suporte dado aos preços da soja no mercado brasileiro, além da baixa disponibilidade de produto frente a uma demanda ainda forte e que cresce, principalmente entre as indústrias locais, veio do dólar nesta quinta-feira. A moeda americana subiu 0,78% para R$ 3,2965 e, ao longo do dia, chegou a registrar um ganho de quase 1%.
"Tem sido uma semana mais tranquila em termos de notícia e a questão do Banco do Japão (sobre um novo pacote de estímulos) acabou monopolizando as atenções (neste pregão). Não tem por que arriscar muito agora, antes de um evento importante como esse", disse o operador da corretora B&T Marcos Trabbold em entrevista à agência de notícias Reuters.
Leia mais:
>> Dólar sobe 0,78% ante real por Ptax e antes de decisão do BC do Japão.