Soja continua movimento positivo e tem novas e tímidas altas na Bolsa de Chicago nesta 4ª feira
O movimento positivo entre as cotações da soja praticadas na Bolsa de Chicago continua na manhã desta quarta-feira (27). Os futuros da oleaginosa, perto de 7h40 (horário de Brasília), subiam entre 5,50 e 7,25 pontos, com as primeiras posições buscando recuperar os US$ 10,00 por bushel. Já o novembro/16, que é referência para a safra americana, vinha sendo negociado a US$ 9,79.
Além da tentativa de recuperação das mínimas em três meses, os preços têm ainda suporte em novas previsões climáticas que indicam a chegada de mais um sistema de alta pressão chegando ao Meio-Oeste americano no início de agosto, o que poderia elevar novamente - e ainda mais - as temperaturas. O efeito dessa informação, como explicam analistas internacionais, no entanto, é limitado dada as boas chuvas que chegam às regiões produtoras e que deverão continuar chegando.
Nessas condições de clima, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) ainda indicava 71% das lavouras norte-americanas, até o último domingo (24), em boas ou excelentes condições. Previsões de consultorias privadas acreditam que a nova temporada do país possa chegar as 110 milhões de toneladas.
No cenário macroeconômico, alguma aversão ao risco ainda podia ser sentida, principalmente com os investidores aguardando novas decisões sobre a taxa de juros nos Estados Unidos. Na manhã desta quarta, os futuros do petróleo em Nova York registravam um novo dia de quedas, perdiam quase 0,50% e era cotado a US$ 42,72 por barril.
Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:
Após bater nas mínimas de três meses, soja testa recuperação e fecha 3ª feira em alta em Chicago
Após consecutivas sessões negativas e de registrar suas mínimas em três meses, os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago voltaram a subir nesta terça-feira (26) e encerraram o pregão em campo positivo. O vencimento novembro/16, referência para a nova safra dos EUA, terminou o dia valendo US$ 9,73 por bushel, após bater na máxima de US$ 9,83.
Segundo explicou o consultor de mercado Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios, o avanço das cotações é natural neste momento que sucede o recuo expressivo dos últimos dias, além de obedecer a volatilidade típica do momento. Entretanto, afirma ainda que a pressão sobre as cotações pelas boas condições de clima no Meio-Oeste dos Estados Unidos ainda não terminou.
Fernandes explica, por outro lado, que os atuais preços praticados na Bolsa de Chicago já começam a refletir as perspectivas, cada vez mais fortes, de uma safra norte-americana recorde, com projeções de consultorias particulares já citando números próximos de 110 milhões de toneladas. No entanto, acredita ainda que quase todas as "notícias ruins" para as cotações já foram divulgadas.
E nesse quadro climático adequado para o bom desenvolvimento da safra, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe em seu reporte semanal de acompanhamento de safras, nesta segunda-feira (25), ainda 71% das lavouras em boas ou excelentes condições. Assim, as mesmas consultorias privadas estariam revisando ainda suas estimativas para a produtividade desta temporada no país para algo entre 53 e 54 sacas por hectare, contra 52 sacas estimadas pelo USDA.
Agosto é o mês chave para o desenvolvimento e consolidação da safra de soja nos Estados Unidos e, por isso, o quadro climático deverá permanecer apresentando boas condições para que estas projeções sejam alcançadas, como explicam analistas de mercado. Dessa forma, a volatilidade entre as cotações em Chicago deverá permanecer ao longo da semana, principalmente na medida em que as previsões forem sendo atualizadas para o Corn Belt.
"Os mercados deverão permanecer voláteis durante o verão americano", afirma Bryce Knorr, analista de mercado do portal internacional Farm Futures. E essa volatilidade, ainda segundo Ênio Fernandes, deverá se intensificar com a movimentação dos fundos de investimentos, os quais seguem atuando de forma expressiva entre as commodities agrícolas.
E para o analista internacional, a atenção precisa ser divida ainda com o quadro financeiro internacional. A agenda da semana é cheia, principalmente com a reunião de dois dias do Federal Reserve (o Banco Central norte-americano) nde mais uma vez será discutido e decidido o futuro da taxa de juros nos Estados Unidos. Segundo informa a Reuters, as autoridades norte-americanas deverão manter o índice, evitando quaisquer altas até setembro ou dezembro, aguardando mais informações sobre a inflação.
"No encontro de política monetária do Fed nos dias 26 e 27 de julho, será central o debate sobre como conciliar dados econômicos norte-americanos favoráveis, destacados pelo forte ganho de emprego em junho, com a desaceleração do crescimento global e outros contratempos que ameaçam a trajetória da inflação", informa a Reuters.
Mercado Interno
No Brasil, os ganhos das cotações na Bolsa de Chicago trouxe algum espaço para alguns ganhos nos preços formados para a soja no mercado interno. Além disso, os fundamentos locais de oferta e demanda, ainda como explica o consultor da Terra Agronegócios, também poderão promover uma recuperação das cotações brasileiras daqui em diante, uma vez que a disponibilidade de produto é bastante limitada neste momento.
"Os estoques na região Centro-Sul do Brasil são muito baixos, nunca tivemos estoques tão baixos, e essa escassez deverá ajudar os prêmios a subir", explica Ênio Fernandes.
No porto de Paranaguá, a soja disponível fechou o dia com R$ 82,00, estável, no disponível, enquanto o preço no mercado futuro caiu 1,25%, para R$ 79,00 por saca. Já no terminal de Rio Grande, alta de 1,01% no disponível, para R$ 80,00 e de 1,29% para R$ 78,50 no futuro.
O que ainda limita os preços e tira a competitividade da oleaginosa nacional é, porém, a pouca força do dólar para retomar patamares mais elevados. Nesta terça-feira, a moeda norte-americana voltou a cair frente ao real e voltou a se distanciar dos R$ 3,30. Ao longo do dia, a divisa chegou a perder mais de 1%.
Assim, no interior do Brasil, algumas praças cederam cerca de 0,7%, como Não-Me-Toque/RS e Cascavel/PR, ou que registraram ganhos de até 1,41%, como Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, ambas em Mato Grosso. No link abaixo, confira os preços na íntegra.