Soja: Preços têm leves altas em Chicago nesta manhã de 3ª feira com números inalterados do USDA
Nesta sessão de terça-feira (26), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago testam algumas altas, porém, em um movimento de recuperação ainda frágil. Por volta das 7h30 (horário de Brasília), as cotações subiam entre 7 e 9 pontos, com o agosto/16 valendo US$ 9,92 e o novembro/16, referência para a safra dos EUA, US$ 9,73 por bushel.
O mercado parece refletir a falta de mudanças fortes no útimio boletim semanal de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), divulgado no final desta segunda (25). O reporte trouxe o índice de lavouras de soja do país em boas ou excelentes condições inalterados nos 71%, apesar das excelentes condições de clima que vêm sendo registradas no Meio-Oeste norte-americano.
E sobre a soja reportou 76% dos campos em fase de florescimento, até o último domingo (24). Na semana anterior, eram 59%, em 2015, 67% e na média plurianual, 66%. Em formação de vagens estão 35% das lavouras, contra 18% da semana anterior, 26% da média e 29% do ano passado, nesse mesmo período.
Com esse índice, a consultoria internacional Benson Quinn Commodities acredita em um renduimento da oleaginosa variando entre 53,3 e 54,42 sacas por hectare, acima da média estimada pelo USDA de 52,95 sacas. Assim, mais consultorias privadas já vêm revendo suas projeções para a safra 2016/17, colocando as próximas de 108 milhões de toneladas, com algumas trazendo esse número até as 110 milhões. O departamento agrícola americano estima pouco mais de 105 milhões até esse momento. O novo reporte mensalde oferta e demanda do USDA chega no dia 12 de agosto.
Agosto é o mês chave para o desenvolvimento e consolidação da safra de soja nos Estados Unidos e, por isso, o quadro climático deverá permanecer apresentando boas condições para que estas projeções sejam alcançadas, como explicam analistas de mercado. Dessa forma, a volatilidade entre as cotações em Chicago deverá permanecer ao longo da semana, principalmente na medida em que as previsões forem sendo atualizadas para o Corn Belt.
Ainda nesta terça, como explicam analistas internacionais, os futuros da soja em grão encontram suporte ainda nos preços melhores também das outras pontas do complexo - o óleo e o farelo - na Bolsa de Chicago.
Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:
Soja: Mercado brasileiro começa semana com preços em queda e negócios travados nesta 2ª feira
Os futuros da soja encerraram a sessão desta segunda-feira (25) perdendo mais de 20 pontos na Bolsa de Chicago e, mais uma vez, pesando sobre a formação dos preços no Brasil. Nos portos, as baixas passaram, mais uma vez, de 1%. Para o produto disponível, baixa de 1,20% em Paranaguá, para R$ 82,00, e em Rio Grande, de 2,82%, para R$ 79,20 por saca. Já no mercado futuro, o porto paranaense fechou com R$ 80,00 de referência, perdendo 2,82% e o gaúcho com R$ 77,50, registrando uma baixa de 2,52%.
O mercado brasileiro da soja está parado neste momento. Os negócios que saem são pontuais, de pequeno volume e apenas para os produtores de regiões em que a comercialização pode estar um pouco atrasada em relação às demais, como explicam analistas e consultores de mercado. Segundo Dilermando Rostirolla, produtor rural de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, as referências de valores na região - onde há apenas de 16% a 17% da safra 2015/16 ainda para ser comecializada - oscilam entre R$ 70,00 e R$ 76,00 por saca, mas o alvo do sojicultor está próximo de R$ 90,00.
Ainda de acordo com Rostirolla, esse percentual, como acontece em outras praças de comercialização, deverá ser destinado à demanda interna, principalmente para a produção de farelo e biodiesel. Afinal, já há muitas dessas praças onde os preços pagos superam a paridade de exportação e chamam a atenção dos produtores que ainda contam com volumes a serem comercializados.
Nas exportações, o acumulado das vendas brasileiras já passa de 43 milhões de toneladas, de acordo com os últimos números da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) e o total supera o volume do ano comercial anterior.
Como explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting, essa postura retraída dos vendedores faz bastante sentido neste cenário e se estende para os negócios da safra nova também. As vendas da temporada 2016/17 já chegam a algo próximo de 40% e também permitem que os produtores brasileiros possam evitar algumas novas fixações em tempos de baixa e de pressão sazonal em Chicago em função das expectativas de uma grande safra norte-americana diante de condições favoráveis de clima no Meio-Oeste americano.
Outro limitante de uma recuperação dos preços - e, consequentemente, dos negócios - é a questão cambial. O dólar, nesta segunda-feira, subiu mais de 1%, porém, ainda segue abaixo dos R$ 3,30 e sem uma tendência bem deifnida para o momento, de acordo com especialistas.
"A semana está cheia, temos muitos eventos importantes nos próximos dias e predomina o sentimento de cautela", disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado em entrevista à agência de notícias Reuters. Além disso, há ainda, neste início de semana, um sentimento mais latente de aversão ao risco em função não só das incertezas trazidas pelo quadro macroeconômico, mas também diante da tensão política em alguns países e da evolução e frequência de ataques terroristas em pontos importantes do globo.
Bolsa de Chicago
Na Bolsa de Chicago, as baixas superiores a 20 pontos foram, novamente, reflexo da pressão exercida pelo exclente quadro de clima no Corn Belt e, consequentemente, de projeções reforçadas de uma grande safra nos Estados Unidos. Ainda de acordo com Vlamir Brandalizze, já há especulações de uma produção podendo chegar a impressionantes 110 milhões de toneladas.
"O mercado de clima ainda atua de maneira bastante forte neste momento", explica o consultor. "As informações de demanda, nesse momento, não têm tanto peso", completa.
E é por isso que os bons números dos embarques semanais norte-americanos, reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta segunda, acabaram perdendo força diante das novas previsões climáticas que seguem indicando boas e bem distribuídas chuvas para o Meio-Oeste americano nestes próximos dias.
Nos próximos sete dias, em contrapartida, as principais regiões produtoras do Corn Belt recebem boas chuvas, segundo informações do NOAA, o departamento oficial de clima dos Estados Unidos, e os mapas pesam sobre Chicago. Nos intervalos dos próximos 6 a 10 e 8 a 14 dias, as temperaturas deverão ser elevadas, porém, a ocorrência das precipitações continua, como ilustram os mapas a seguir.
Chuvas previstas para os EUA entre 25 de julho e 1º de agosto - Fonte: NOAA
Chuvas previstas nos EUA entre os dias 1 a 7 de agosto - Fonte: NOAA
Temperaturas previstas nos EUA entre os dias 1 a 7 de agosto - Fonte: NOAA
Os números dos embarques semanais norte-americanos de soja finalmente subiram e vieram acima das expectativas do mercado no boletim desta segunda-feira (25) divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
O volume veio em 700,715 mil toneladas, contra 400,240 mil da semana anterior e superando o intervalo das expectativas, que variava de 330 mil a 540 mil toneladas. Dessa forma, o total acumulado em todo o ano comercial 2015/16 sobe para 45.946,858 milhões de toneladas, ainda abaixo do total da temporada anterior, de 48.685,308 milhões.
Segundo explica a analista de mercado Andrea Cordeiro, da Labhoro Corretora, o compromisso norte-americano de embarque de soja ainda é bastante alto e faltam apenas seis semanas para que a oleginosa vendida e contabilizada - mais de 50 milhões de toneladas no total - seja embarcada na temporada atual.
"Inclusive a Labhoro vem defendendo há semanas a intensificação desses embarques no Golfo (principal canal de exportação da soja norte-americana), e destacando que haverá rolagem de compromissos que nao serão embarcados em tempo hábil. O efeito desse delay nos embarques, possivelmente, é que em algum momento, lá na frente, poderão ser absorvidos como estoques de safra velha", explica Andrea. "Com a evolução dos embarques na América do Sul, os baixos estoques no Brasil, os problemas de qualidade na Argentina e a melhora da competitividade da soja norte-americana, a logística voltou-se aos portos do Golfo", completa.