Soja tem preços mais baixos nos portos com recuo do dólar e estabilidade em Chicago nesta 4ª

Publicado em 20/07/2016 13:00

Os preços da soja nos portos do Brasil voltaram a exibir algumas leves baixas no início da tarde desta quarta-feira (20). Apesar da estabilidade em Chicago e de os futuros da oleaginosa testarem alguns tímidos ganhos, a pressão do dólar ainda limita uma recuperação dos preços no mercado brasileiro. 

Assim, por volta de 12h40 (horário de Brasília), a moeda norte-americana recuava 0,53% e era negociada a R$ 3,241. Com isso, no terminal de Rio Grande, a soja disponível perdia 0,60% para ser cotada a R$ 83,00 por saca, enquanto cedia 0,37% no futuro, para alcançar os R$ 81,50. Por outro lado, alguns patamares ainda são mantidos com o suporte vindo dos prêmios fortes pagos pela soja nacional. Em Paranaguá, por exemplo, as primeiras posições de entrega têm prêmios de US$ 1,90 oferecidos acima dos valores praticados em Chicago. 

A questão cambial no Brasil é outro fator que ainda carrega muita incerteza e volatilidade e, segundo explicam analistas, deverão continuar a obedecer esse padrão frente à espera por algumas definições políticas e econômicas internamente, além das observadas também ao redor do mundo. 

Para esta quarta-feira, porém, o operador da corretora B&T Marcos Trabbold, em entrevista à agência Reuters, afirma que "o  mercado está mais quieto e a agenda está mais vazia. É melhor sentar e esperar (...) "O foco agora está nas medidas que o governo pode anunciar daqui para frente. Cada vez mais é necessário que a confiança que o mercado deu para o governo seja sancionada por medidas concretas". 

Bolsa de Chicago

No mercado internacional, o início da semana foi bastante agitado e agora parece que os traders buscam recuperar seu fôlego, ajustar suas posições para dar continuidade aos negócios. Dessa forma, as cotações vêm atuando com estabilidade e testando os dois lados da tabela. Perto de 12h40 (Brasília), as posições mais negociadas subiam pouco mais de 1 ponto, levando o novembro/16 aos US$ 10,28 por bushel. 

O mercado internacional de grãos conta agora com diversos fatores que estimulam a movimentação de seus futuros, porém, por vezes acabam tirando o direcionamento dos preços. A volatilidade, entretanto, é típica desse momento do ano, que é o início de fases determinantes para a nova safra norte-americana. 

No Corn Belt, de acordo com informações do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), as lavouras seguem se desenvolvendo de forma ainda muito satisfatória, com 71% dos campos em condições boas ou excelentes. Ao mesmo, as últimas previsões climáticas alertam para a chegada de uma nova onda de calor muito forte, a qual poderia provocar mais elevação das temperaturas. Ao se confirmar, tais condições, com as chuvas ainda abaixo da média, poderiam trazer algum impacto sobre a produção. 

"O índice de condição das lavouras americanas foi muito bom esta semana, mas muito pode mudar com a chegada dessas condições adversas de clima, e espero que o mercado continua focado nas previsões climáticas pelas próximas semanas. E o mercado mundial de grãos precisa de uma safra substancial dos Estados Unidos depois das perdas da América do Sul na temporada anterior", diz Frank Rijkers, agroeconomista no ABN Amro Bank, em entrevista à Reuters Internacional. 

Dessa forma, nesta quarta, Rijkers acredita que os preços encontram alguma suporte nas previsões desse clima muito quente dos próximos dias, além da compra de posições por parte dos fundos após a despencada do dia anterior. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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