Demanda forte é foco do mercado de soja e preços sobem em Chicago e no interior do Brasil

Publicado em 06/06/2016 18:10

Os preços da soja praticados na Bolsa de Chicago acumulam mais uma sessão positiva com os ganhos registrados nesta segunda-feira (6). Os futuros da oleaginosa terminaram o dia subindo entre 6,25 e 20,50 pontos entre os principais vencimentos e as posições mais distantes foram as que mais subiram, reduzindo sua diferença em relação às mais próximas. O vencimento julho/16 fechou os negócios com US$ 11,38, enquanto o novembro foi a US$ 11,05 por bushel. 

Os mercados do farelo e do óleo de soja também subiram nesta primeira sessão da semana e terminaram o dia com altas de 0,77% a 1,51% entre as posições mais negociadas de ambos os produtos. 

Assim, o complexo soja segue liderando as altas entre as commodities, segundo explicam analistas. A oferta apertada e a demanda crescente, que começa a aumentar para os produtos norte-americanos diante das perdas na América do Sul, compõem o cenário que serve de combustível para o avanço das cotações. 

Ao mesmo tempo, porém, há ainda uma pesada atuação dos fundos sobre as commodities agrícolas de uma forma geral e a baixa do dólar que, nesta segunda-feira, que contribuíram para os ganhos registrados na Bolsa de Chicago. No Brasil, a moeda norte-americana fechou o dia fechou com queda de 0,98% e valendo R$ 3,4905. 

Assim, os preços da soja formados no Brasil acabaram ficando mais limitados, porém, ainda conseguem manter seu patamar elevado e com preços que seguem trazendo oportunidades importantes para o produtor brasileiro.

Em Paranaguá, a soja disponível fechou estável nos R$ 96,00 e em Rio Grande foi a R$ 93,00, perdendo 3,63%. Já para o mercado futuro, R$ 90,00 no terminal paranaense, com queda de 1,10%, e R$ 91,00 no gáucho, recuando 1,09%. Já no interior do país, onde a disponibilidade de produto é cada vez menor, o dia terminou com altas variando entre 1,21% e 3,26%. Em Ponta Grossa, no Paraná, a saca de soja foi a R$ 95,00. 

Dólar

A trajetória do dólar no cenário internacional, segundo orientam analistas, deverá continuar pesando sobre os negócios, principalmente diante das especulações sobre o futuro dos juros nos Estados Unidos. A baixa recente da moeda norte-americana frente a uma série de outras divisas no cenário externo, afinal, foi outro fator de estímulo à essa recuperação das commodities em 2016. 

Os indicadores econômicos do país são positivos, mostram uma recuperação importante e poderiam permitir um alta na taxa, porém, na última sexta-feira (3), os dados de emprego levantaram algumas dúvidas sobre essa medida, segundo afirmou, em discurso nesta segunda-feira (6), a presidente do Federal Reserve, Janet Yellen.

"Se o fluxo de dados for consistente com o fortalecimento das condições do mercado de trabalho e o progresso da inflação em direção a nosso objetivo de 2 por cento, como espero, novos aumentos graduais dos juros provavelmente serão apropriados e favoráveis para atingir e manter esses objetivos", disse a líder do Fed na Filadélfia. Complementando, disse ainda que "as incertezas são grandes para progredr em direção aos nossos objetivos e, por implicação, a postura adequada da política monetária dependerá de como essas incertezas evoluirem". 

Leia mais:

>> Commodities têm recuperação generalizada e podem entrar em novo ciclo de altas

>> Dólar cai 1% e vai abaixo de R$ 3,50 após Yellen; política local gera cautela

Clima: América do Sul e Estados Unidos

Na Argentina, novas chuvas poderiam comprometer ainda mais a conclusão da safra 2015/16, comprometendo também, portanto, a oferta de farelo - e de grão - que poderia chegar deste país. 

"Chuvas na província de Buenos Aires, mais importante região produtora, podem atrasar ainda mais a colheita, dificultando a execução de contratos, e sobretudo, impedindo novas ofertas para embarques mais curtos. Dessa forma, gera-se mais expectativas de que os EUA possam vender mais farelo e soja para safra velha, pressionando ainda mais os estoques.A colheita de soja na Argentina chegou a 78.7%, atraso de 15 pontos percentuais na comparação com mesmo período do ano passado", explicam analistas da Agrinvest Commodities.

Já nos Estados Unidos, cenário inverso. As últimas previsões climáticas indicam, para o final desta semana, tempo mais quente e seco no Meio-Oeste americano. E são essas previsões que permitiram que as posições praticadas em Chicago referentes à nova safra pudessem registrar suas melhores altas em meses, segundo o analista internacional Bob Burgdorfer, do portal Farm Futures. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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