Soja ameniza baixas em Chicago, mas ainda sente pressão da aversão ao risco nesta 6ª

Publicado em 13/05/2016 12:59

A sexta-feira (13) é de novas baixas para os futuros da soja na Bolsa de Chicago e alta do dólar, tanto o comercial no Brasil, quanto o index no cenário exterior. As cotações da oleaginosa iniciaram o dia com baixas intensas, perdendo mais de 10 pontos, porém, foram amenizando o movimento negativo e, por volta de 12h15 (horário de Brasília), perdiam entre 6,75 e 7,50 pontos. Assim, o vencimento mais negociado neste momento - julho/16 - era cotado a US$ 10,65, após bater na mínima de US$ 10,57 por bushel durante a sessão. 

Como explica o analista de mercado Bryce Knorr, do portal internacional Farm Futures, os investidores se mostram mais avessos ao risco neste final de semana e assim, a influência do macrocenário pesa diretamente sobre os preços neste pregão. "Todos os ativos que apresentem algum risco têm um sinal vermelho hoje", diz. "Em contrapartida, os mais seguros - como o dólar, títulos do tesouro americano, entre outros - chamam a atenção", completa. 

Dessa forma, se chocam os fundamentos positivos e algumas dessas preocupações com o mercado financeiro internacional, principalmente novas especulações sobre a saúde da economia da China. Apesar de o premiê chinês se mostrar confiante sobre o país alcançar suas metas econômicas neste ano e de a nação trazer algumas mudanças em suas políticas, as ações chinesas, nesta sexta, fecharam nas mínimas em duas semanas e contribuíram para essa aversão ao risco. 

Por outro lado, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou, nesta sexta-feira, novas vendas de soja dos Estados Unidos, confirmando - apesar dos números fracos trazidos em seu reporte de ontem de vendas semanais para exportação - a força da demanda internacional pela oleaginosa. Foram 420 mil toneladas para destinos desconhecidos, sendo 280 mil da safra 2015/16 e mais 140 mil da safra 2016/17. 

O mercado internacional conta ainda, nesta sexta, com outros dois fatores no radar. Um deles é uma greve de trabalhadores portuários que acontece na Argentina. A paralisação não se dá em todos os terminais e, de acordo com fontes do país, algumas tradings afirmam que, por hora, as operações continuam com seu ritmo normal. 

O outro fator continua sendo o clima nos Estados Unidos. As previsões para os próximos sete dias indicam condições não muito favoráveis ao desenvolvimento do plantio da nova safra no Meio-Oeste e também para o desenvolvimento das lavouras de milho no país. Caso essas condições se confirmem, o progresso da nova temporada poderia ficar limitado, segundo informam analistas internacionais, e poderiam dar algum suporte aos preços. Diante disso, os futuros do milho, no pregão desta quinta (12) chegaram a subir mais de 10 pontos.  

Mercado Interno

No Brasil, o dia parece ser de estabilidade para os preços. O dólar, por volta de 12h50 (horário de Brasília), subia 1,09%, e era cotado a R$ 3,511, porém, os valores praticados para a soja nos portos não acompanhavam o avanço. 

Em Paranaguá, a soja disponível vinha cotada a R$ 86,50 por saca, estável, enquanto em Rio Grande vinha a R$ 85,50, com uma leve baixa de 0,58%. Para o produto da nova safra, estabilidade no terminal paranaense, em R$ 88,00 por saca, e queda de 1,12% no gaúcho, para os também R$ 88,00. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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