Soja: Ajuste da safra do Brasil pela Conab impacta em Chicago e preços sobem quase 20 pts

Publicado em 10/05/2016 11:04

O dia é de novo boletim do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), porém, a estabilidade parece ter deixada de lado no mercado da soja na Bolsa de Chicago, dando lugar para a volatilidade e novas altas na sessão desta terça-feira (10). Os futuros da soja, por volta das 11h20 (horário de Brasília), subiam entre entre 16 e 19 pontos nas principais posições, levando o agosto/16 a US$ 10,44 por bushel. 

Como explicam analistas, os novos números da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) que ajustou para baixo a safra 2015/16 do Brasil movimentou o mercado e trouxe um novo fôlego às cotações. O relatório apontou a produção nacional em 96,9 milhões de toneladas, contra as 98,981 milhões estimadas em abril. 

"Essa correção da safra brasileira é que deu gás para os preços da soja romperem as maximas de US$ 10,34  que o contrato Julho tinha alcançado na madrugada. Após a divulgação, mercado foi a US$ 10,37 e encerrou a manha com essa cotação. Na reabertura do pregão, agora às 10h30 (Brasília), os preços continuaram o movimento e no intraday o contrato julho registrou máximas a US$ 10,43,   1 centavo abaixo da importante região de resistência", diz a analista de mercado Andrea Cordeiro, da Labhoro Corretora. 

Além disso, os preços contam ainda com dois anúncios pelo USDA de vendas de 60 mil toneladas de óleo de soja para a China - de 40 mil toneladas - e destinos desconhecidos - 20 mil toneladas - ambas as operações referindo-se à temporada 2015/16. 

Ao mesmo tempo, há ainda uma nova baixa do dólar, principalmente frente ao real. A moeda perdia, por volta das 11h (horário de Brasília), 1,32% para R$ 3,478 e perdia, mais uma vez, o patamar dos R$ 3,50. Dólar em queda, força para as commodities, ainda de acordo com os analistas. Frente a isso, sobem ainda os futuros do milho e do trigo na Bolsa de Chicago, além das soft commodities em Nova York. 

Há ainda a espera dos traders pelo novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA traz nesta terça-feira, que acentua o comportamento volátil das cotações. Segundo os analistas, dois focos principais para o mercado de grãos neste boletim, sendo um deles os ajustes esperados para a safra 2015/16 da América do Sul e para a demanda mundial, além dos primeiros números oficiais da safra 2016/17 dos Estados Unidos. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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