Soja volta a subir com fundamentos e dólar em queda; mercado tem altas de dois dígitos

Publicado em 04/05/2016 13:32

O mercado da soja realizou lucros na Bolsa de Chicago e, na tarde desta quarta-feira (4), as cotações voltaram a atuar em campo positivo. Com fundamentos que permitem ainda uma recuperação, os preços encontram espaço para a retomada de algumas altas e, por volta de 12h50 (horário de Brasília), os principais vencimentos negociados subiam 11 pontos, levando as cotações, nos vencimentos julho e agosto, a retornarem ao patamar dos US$ 10,40 por bushel. 

As perdas ocasionadas pelo clima adverso na América do Sul ainda são um dos mais importantes fatores que continuam a ser observados pelos traders, bem como as incertezas que rondam a nova safra dos Estados Unidos, a qual já está plantada em cerca de 8% da área prevista. E há ainda a possibilidade, ou não, de se confirmar a ocorrência de um La Niña, pós El Niño, o que poderia mudar a configuração climática no país e que, portanto, traz mais volatilidade ainda às cotações. 

No mercado financeiro, os negócios também se mostram mais voláteis nestes últimos dias, especialmente no andamento do dólar. E somente frente ao real, nesta quarta-feira, a divisa perde mais de 1% - após disparar mais de 2% na véspera - e contribui para os ganhos da soja na Bolsa de Chicago. No exterior, a moeda tambén recua e permite o avanço de demais commodities, como o milho, trigo, café, açúcar e o petróleo, que sobe mais de 0,6% e também favorece o ganho da oleaginosa. 

No Brasil, essa baixa do dólar tem, porém, um impacto limitado diante dos preços. No porto de Paranaguá, por exemplo, o produto disponível subia 1,18% para R$ 86,00 por saca, enquanto o futuro já batia m R$ 88,00, com ganho de 2,33%. No terminal de Rio Grande, a soja disponível subia mais de 3% para bater nos R$ 86,00 por saca, enquanto a futura ia também a R$ 88,00, com alta de 1,73%. 

Segundo explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting, esses ganhos estão atrelados não só aos melhores momentos vividos pelos preços em Chicago, mas também pela aquecida demanda pela oleaginosa brasileira, o que leva os prêmios pagos sobre Chicago, nos portos, a se aproximarem dos 80 cents de dólar em algumas das principais posições de entrega.

"E o mercado internacional também encara essa questão (das fortes exportações brasileiras) como positiva, uma vez que vê que a demanda ainda está aquecida, e isso é bom para os preços", afirma Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.   

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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