Preço da soja no Brasil tem suporte dos ganhos em Chicago e dos prêmios, mas sente pressão do dólar

Publicado em 01/04/2016 12:20

Os preços da soja praticados no Brasil atuam com certa estabilidade nesta sexta-feira (1). Os valores encontram suporte nos ligeiros ganhos registrados pelos futuros da oleaginosa na Bolsa de Chicago e dos prêmios pagos nos portos - os quais, somente em março, subiram cerca de 15 pontos - porém, sentem a pressão vinda de um dólar em queda. 

No terminal de Rio Grande, na tarde de hoje, a soja disponível vinha negociada a R$ 74,50 por saca, subindo 0,68%, enquanto o produto futuro, com embarque previsto para junho, se mantinha nos R$ 75,00. Dessa forma, os negócios seguiam acontecendo pontualmente e em baixos volumes, como relatou Vlamir Brandalizze. 

"Os produtores participam quando os preços alcançam algo entre os R$ 77,00 / R$ 77,50 nos portos, e depois deixam o mercado quando ele perde esses valores. E isso acontece também porque ele já negociou bastante, temos mais de 60% da safra de soja 2015/16 já comercializada", explica o consultor de mercado da Brandalizze Consulting. 

E ainda nesta sexta-feira, a moeda norte-americana registra uma sessão de significativa volatilidade, o que também compromete o desenvolvimento das cotações internamente. A divisa começou o dia em campo positivo, chegou a recuperar os R$ 3,60, porém, na sequência voltou a perder força. Em março, o dólar fechou com sua maior baixa mensal em 13 anos, sendo 10,17% de queda. 

Às 12h, a moeda norte-americana caía 0,69%, a R$ 3,5715 na venda. "Não dá para saber direito qual o saldo das notícias, se é positivo ou negativo. O mercado fica um pouco ao léu", disse o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira, à agência Reuters. As indefinições e os embates políticos permanecem no foco principal dos investidores. 

Bolsa de Chicago

O mercado internacional da soja parece não ter sofrido um impacto tão severo dos últimos números trazidos pelo boletins do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) ontem e, nesta sexta-feira (1) dá continuidade às leves altas registradas na sessão anterior. Por volta de 12h05 (horário de Brasília), as posições mais negociadas da oleaginosa subiam entre 2,50 e 3,25 pontos, com o contrato setembro/16 já batendo em US$ 9,23 por bushel. O maio/16, referência para a safra do Brasil, valia US$ 9,13. Já o novembro/16, que é indicativo para a safra dos EUA, era negociado a US$ 9,25, após bater na máxima de US$ 9,31.  

"Os números foram considerados de neutro a altistas para a soja", explicam os analistas da Labhoro Corretora, sobre a projeção para a área de plantio indicada em 33,28 milhões de hectares. O número ficou abaixo do registrado na safra 2015/16, quando foram cultivados 33,45 milhões hectares com a oleaginosa. O número também ficou abaixo da estimativa média, que era de 33,55 milhões de hectares. As expectativas do mercado variavam de 33,02 e 34,08 milhões. 

E disseram ainda que, "ainda que essa área não seja imutável e esteja passível de mudança nos próximos 60 dias, a marca de 82,5 milhões de acres (33,39 milhões de hectares) antecipada em fevereiro (no Agricultural Outlook Forum) já havia sido absorvida como uma área ideal para manter equilibrada a tabela de oferta e demanda nos EUA da próxima temporada". 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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