Soja: Com aversão ao risco elevada, mercado volta recuar em Chicago nesta 5ª feira

Publicado em 10/03/2016 08:10

O mercado internacional da soja opera no vermelho nesta manhã de quinta-feira (10). As posições mais negociadas, por volta das 7h40 (horário de Brasília), perdiam pouco mais de 3 pontos, porém, as mesmas ainda se mantinham acima dos US$ 8,80 por bushel. 

Os preços continuam sem forças para buscar novos patamares de alta ou voltar a cair para renovar seus níveis de suporte diante da falta de novidades entre os fundamentos. Além disso, as incertezas trazidas pelo mercado financeiro também favorecem esse comportamento do mercado e, nesta quinta, o movimento negativo das cotações é generalizado entre as commodities e não só as agrícolas. E o novo boletim mensal de oferta e demanda trazido pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), nesta quarta-feira (9), também chegou sem novidades e não refletiu em qualquer mudança nos preços. 

As ações chinesas hoje também fecharam em queda, perdendo quase 2% diante de uma pressão vinda, principalmente, dos dados de inflação acima do esperado na nação asiática. E como explicaram especialistas ouvidos pela Reuters, esse é um fator negativo para uma economia em mudanças. Em fevereiro, a inflação na China foi a 2,3% e registrou seu nível mais forte desde 2014, as expectativas eram de 1,9%.

Leia mais:

>> Ações chinesas recuam com dados de inflação de fevereiro 

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Soja: Após boletim neutro do USDA, mercados em Chicago e no Brasil fecham com estabilidade

O mercado internacional da soja vinha esperando pelos novos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) desta quarta-feira (9), porém, eles chegaram sem trazer novidades e os futuros da oleaginosa fecharam, mais uma vezm com estabilidade na Bolsa de Chicago. 

Os principais contratos terminaram o dia com pequenas altas de pouco mais de 1 ponto, levando o maio/16, referência para a safra brasileira, a US$ 8,85 por bushel, enquanto o agosto/16 foi a US$ 8,87. As máximas do dia, porém, foram de US$ 8,88 e US$ 8,94, respectivamente. 

Para os analistas internacionais, a falta de surpresa nos números acaba sendo também um fator de suporte para as cotações, já que não vieram dados que pudessem pressionar severamente o mercado. "Sem mudanças na produção da América do Sul e nem notícias negativas. Agora, temos de estar atentos aos números de área da nova safra dos Estados Unidos e nas condições de clima durante a primavera", afirmou Jason Roose, analista da U.S. Commodities em entrevista ao portal internacional Agriculture.com. 

O USDA trouxe um ligeiro aumento dos estoques finais norte-americanos de soja do país de 2,25 milhões para 12,52 milhões de toneladas. O volume veio dentro das expectativas do mercado, que variavam entre 11,97 milhões e 13,09 milhões de toneladas.  Além disso, o departamento trouxe ainda uma redução no esgamamento da oleaginosa no país, que caiu de 51,17 milhões para 50,89 milhões de toneladas. As exportações, porém, foram mantidas em 45,99 milhões.

No cenário mundial, porém, o USDA trouxe algumas mudanças como o aumento das exportações brasileiras de soja de 57 milhões para 58 milhões de toneladas, ao mesmo tempo em qua aumentou de 80,5 milhões para 82,5 milhões de toneladas as importações da China no ano comercial 2015/16.

Mercado Nacional

Para os preços da soja no mercado brasileiro a quarta-feira não foi de uma direção bem definida para as cotações. Com a estabilidade registrada na Bolsa de Chicago e uma nova baixa do dólar, os valores chegaram a subir no terminal de Rio Grande, porém, encerrou os negócios em Paranaguá com estabilidade. 

A soja disponível fechou o dia valendo R$ 75,00 no porto paranaense, enquato subiu 0,67% no gaúcho, para alcançar os R$ 75,00 também. Já o produto com entrega prevista para maio teve, respectivamente, os mesmos R$ 75,00 por saca em Paranaguá, enquanto foi a R$ 76,00 em Rio Grande, com alta de 0,66%. 

No Brasil, os negócios permanecem travados. A falta de força dos preços para buscaram novos patamares em Chicago caminha ao lado do que parece ser uma noyfva trajetória de baixa para o dólar frente ao real, o que acaba desencorajando os prdutores brasileiros a efetivarem novas vendas. 

E para a maioria dos analistas nacionais, o momento não é mesmo oportuno e a postura dos sojicultores é bastante acertada. Enquanto isso, essa retração vendedora no Brasil, como explica o analista de mercado Stefan Tomkiw, da Société Genéralé, pode fazer com que os produtores norte-americanos participem um pouco mais do mercado nesses próximos dias.

Dólar

Nesta quarta-feira, a moeda norte-americana fechou a sessão com queda de 1,12% e cotada a R$ 3,6970 e, como explicou a Reuters, voltou ao patamar do último dia 20 de novembro. A queda ainda foi atribuída por um dia de ligeira maior aversão ao risco por parte dos investidores, além da continuidade de atuação do Banco Central, bem como os desdobramentos da cena política nacional. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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