Soja realiza lucros na Bolsa de Chicago nesta 3ª feira, após boas altas da sessão anterior
Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago devolvem parte dos ganhos registrados na sessão anterior e operam com leves baixas na manhã desta terça-feira (8). Os vencimentos mais negociados, por volta das 7h50 (horário de Brasília), pouco mais de 5 pontos. Assim, as posições mais distantes perdiam, novamente, o patamar dos US$ 8,90 por bushel.
O comportamento do mercado internacional ainda é bastante técnico, e depois que os preços se aproximaram dos US$ 9,00 - que segue como um dos mais fortes patamares de resistência para as cotações - voltaram a recuar, com os fundos de investimentos realizando lucros.
O andamento do dólar - tanto frente ao real quanto frente às demais moedas emergentes - continua sendo acompanhando bem de perto pelos traders, uma vez que tem sido esse o principal diferencial para os produtores brasileiros, e fator determinante para sua competitividade no cenário global.
Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:
Soja: Mercado em Chicago fecha nova sessão em alta; no Brasil, preços sobem também com dólar
Na sessão desta segunda-feira (3), os futuros da soja operaram durante todo o dia em campo positivo na Bolsa de Chicago, chegaram a subir mais de 7 pontos entre os principais vencimentos, mas encerraram os negócios com altas de 2,6 a 3,2 pontos nas posições mais negociadas. As cotações, principalmente nos contratos mais distante, voltaram a se aproximar dos US$ 9,00 - que ainda é uma forte referência de resistência para as cotações - e devolveram parte dos ganhos.
"Ainda se percebe uma forte presença de ondas eletrônicas de venda entre os US$ 9,00 e US$ 9,10 e, toda vez que o mercado se aproxima desses patamares, ele volta um pouco", explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting, afirmando que os negócios ainda obedecem a um comportamento bastante técnico e sem força para sair desse intervalo de preços.
No entanto, neste começo de semana, os futuros da oleaginosa contaram com mais alguns fatores de estímulo na Bolsa de Chicago. E o principal deles, como explica a analista de mercado da Labhoro Corretora, Andrea Sousa Cordeiro, é a perda de competitividade do produtor brasileiro - que resteinge ainda mais suas vendas - diante de um dólar mais baixo.
Embora a moeda norte-americana tenha registrado alguma recuperação nesta segunda, após a baixa severa da última sexta-feira, o patamar menor da divisa afungentou os vendedores e deu suporte às cotações internacionais.
"A leitura do mercado da soja é uma leitura muito atrelada, infelizmente, de que o sojicultor brasileiro perdeu competitividade em um curto espaço de tempo e de forma bem intensa", diz Andrea. "Se fizermos uma outra pontuação de quanto perdeu o real e de quanto Chicago subiu, percebemos ainda que o produtor brasileiro perde", completa.
Ao mesmo tempo, o mercado internacional da soja contou ainda com alguns outros fatores positivos, como os bons números dos embarques semanais norte-americanos - que subiram, de acordo com o último boletim reportado, nesta segunda-feira, pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), além de um rally expressivo nos preços do petróleo em Londres e Nova York.
O país embarcou 1.067,366 milhão de toneladas de soja, contra 1.055,182 milhão da semana anterior e ficou dentro das expectativas do mercado, as quais variavam entre 725 mil e 1.150,0 milhão de toneladas. No acumulado da safra 2015/16, os embarques norte-americanos da oleaginosa já somam 39.546,530 milhões de toneladas, abaixo das 42.548,497 milhões do mesmo período da temporada anterior.
Em Nova York, os futuros do WTI subiram mais de 5% e superaram, pela primeira vez em 2016, o patamar dos US$ 40,00 por barril.
"O rally nos preços do petróleo é como um catalisado para o bom momento entre os futuros dos grãos. Porém, essa força se dá toda pela necessidade de cobertura de posições mais curtas, e as expectativas melhores de curto prazo se dão mais para os futuros da soja e do trigo", explica Matt Pierce, trader de Chicago da consultoria internacional Price Futures LLC.
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Dólar e Preços no Brasil
O dólar fechou com alta de 0,88% e valendo R$ 3,7937 nesta segunda-feira, após uma severa baixa de quase 6% na última semana. Com o mercado brasileiro ainda contando com uma demanda bastante forte, o reflexo dessa ligeira recuperação se dá imediatamente sobre as cotações da soja registradas nos principais portos do Brasil. No interior do país, os preços também subiram.
Em Rio Grande, a soja disponível subiu 1,32% e a com entrega prevista para junho/16, 1,05%, assim, as últimas referências ficaram em R$ 76,50 e R$ 77,30, respectivamente. Já no terminal de Paranaguá, ganho de 1,355 - para R$ 75,00 - e de 2,03% para R$ 75,50 por saca.
No interior, as principais praças de comercialização registraram ganhos de 0,79% - no Oeste da Bahia - a 4,63%, em Campo Novo do Parecis, o que levaram os preços a encerrarem o dia com, respectivamente, R$ 64,00 e R$ 56,50 por saca.