Chicago: Preços da soja seguem respeitando referências e caminham de lado nesta 6ª feira

Publicado em 19/02/2016 06:49

Nesta sexta-feira (19), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago recuperam parte das pequenas baixas registradas na sessão anterior, e trabalham subindo pouco mais de 0,50 ponto entre as posições mais negociadas. Por volta das 7h30 (horário de Brasília), o primeiro contrato - março/16 - era cotado a US$ 8,80 por bushel, enquanto o maio/16, referência para a safra brasileira, valia US$ 8,83. 

Ainda sem forças, o mercado internacional segue travado e mantendo seus patamares de suporte e resistência respeitados. Além disso, os traders acompanham ainda as movimentações no financeiro internacional, principalmente no novo comportamento dos preços do petróleo, que já tenta se consolidar acima dos US$ 30,00 por barril. 

Na Ásia, as ações da China, também em um movimento de correção, fechou a sessão desta sexta-feira com ligeiras perdas, no entanto, na semana o balanço foi positivo e com ganhos significativos. "O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, recuou 0,07 por cento, com alta de 3 por cento na semana, enquanto o índice de Xangai teve queda de 0,05 por cento, acumulando valorização de 3,5 por cento na semana. Este foi o melhor desempenho semanal dos índices em dois meses", informou a agência de notícias Reuters.

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>> Ações asiáticas caem mas acumulam ganhos sólidos na semana

Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:

Soja fecha nova sessão com estabilidade em Chicago, mas dólar puxa preços nos portos do BR

O mercado da soja na Bolsa de Chicago, nesta quinta-feira (18), fechou com mais uma sessão de poucos negócios e estabilidade nos preços. As cotações encerraram o dia perdendo pouco mais de 2 pontos entre os principais vencimentos e assim trouxeram falta de direção para os preços também no Brasil. 

No interior do país, a maior parte das praças de comercialização também fechou a quinta-feira em campo negativo, com pequenas baixas. Em Não-Me-Toque/RS, baixa de 0,69% para R$ 71,50, em Ubiratã e Londrina, Paraná, recuo de 0,72% para R$ 69,00 e em Cascavel, os mesmos R$ 69,00, mas perdendo 1,43%. 

As demais, mantiveram suas referências, como Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, ambas em Mato Grosso, com R$ 63,00 e R$ 62,50, respectivamente, ou São Gabriel do Oeste, em Mato Grosso do Sul, onde o preço permaneceu em R$ 66,00. 

Nos portos, também pouca alteração, porém, com uma influência mais direta do dólar - que subiu nesta quinta-feira - as cotações fecharam em alta. Em Paranaguá, a soja disponível foi a R$ 80,00, ganhando 1,27%, enquanto em Rio Grande fechou o dia com R$ 82,00 e alta de 1,23%. A soja da nova safra no terminal gaúcho subiu 0,60% e foi a R$ 83,50. A exceção ficou por conta do produto no mercado a futuro do porto paranaense, que perdeu 1,27% para R$ 79,50 por saca. 

O dólar voltou a subir e fechou cotado a R$ 4,0490 nesta quinta, com alta de 1,38%. Na máxima da sessão, a divisa foi a R$ 4,0520 e, segundo analistas, o principal suporte para os ganhos vem, neste momento, do cenário político e econômico interno. Ainda assim, as preocupações externas são grandes, tais como as incertezas sobre as medidas que devem ser tomadas por grandes economias globais, como a chinesa e a norte-americana. 

"O cenário externo começou o dia bastante positivo, mas piorou à tarde, e o real seguiu esse embalo", disse o operador de uma corretora internacional à agência de notícias Reuters. 

Bolsa de Chicago

Em Chicago, os preços sofrem a falta de especuladores que possam trazer uma movimentação mais aquecida aos negócios. Como os analistas nacionais e internacionais vêm sinalizando, o intervalo de preços adotado há meses pelas cotações da soja ainda é respeitado e, pelo menos no curto prazo, deve se manter assim. 

Os fundos de investimento observam o caminhar dos negócios às margens do mercado, evitando participar das operações neste momento, segundo explicam analistas. Afinal, os fundamentos já são conhecidos e foram amplamente testados e precificados, o que faz com que as cotações sigam exibindo nada mais do que tímidas oscilações e nenhuma definição para novas altas ou baixas. 

Como explica o analista de mercado da consultoria internacional Société Genéralé, Stefan Tomkiw, há ainda um momento também mais morno da comercialização agora, inclusive na América do Sul, o que compromete também o andamento do mercado internacional. 

"O lado comprador vê um momento favorável agora, com uma oferta mundial boa e, por isso, ele continua comprando, mas compra mais devagar, aos poucos", explica. 

E complementando o quadro, a logística brasileira momentâneamente comprometida pelo elevado volume de soja nos portos e algumas adversidades climáticas, poderia também trazer algum impacto sobre os preços, chegando para trazer algum "potencial de volatilidade sobre para o mercado", diz Tomkiw. 

Com o lineup bastante cheio no Brasil, a soja da nova safra nacional que começa a chegar de forma mais efetiva ao mercado poderia registrar alguma atraso e trazer um estímulo, mesmo que pontual e no curtíssimo prazo, para os preços. Atualmente, há nos portos brasileiros mais de 160 navios aguardando para embarcar quase 10 milhões de toneladas de soja e milho.  

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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